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The Crown

A terceira temporada de The Crown já está disponível na Netflix. Centrado na vida da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, o seriado voltou com elenco renovado, ou melhor, envelhecido, para acompanhar o avançar do tempo. Se nas duas primeiras temporadas ela era interpretada por Claire Foy, agora, com a história transcorrendo de 1964 até 1977, a atriz foi substituída pela ótima Olivia Colman, que não só interpreta a Madrinha na nossa amada série Fleabag como, recentemente, também encarnou a realeza no papel de Rainha Anne em A Favorita. A troca de atrizes conferiu mais maturidade à personagem e, por sua vez, os rumos da história tratam-na agora de maneira mais ambígua e interessante. Até então a série vinha se destacando por um ótimo design de produção, mas insistia em tratar a protagonista como uma espécie de ícone feminista, a jovem alçada ao poder que precisa lidar com os homens velhos ao seu redor, evitando abordar o próprio conservadorismo dela ou mesmo seu papel imperialista. Agora, ainda que de forma idealizada, o controverso é trazido para primeiro plano e as mudanças das dinâmicas familiares, especialmente diante da nova mídia que a televisão representa passam a ter destaque. A princesa Margaret, que agora é Helena Bonham-Carter, continua tendo um papel marcante, deslocada, de certa forma, das convenções familiares. Mas outros personagens também têm bons arcos, como o Príncipe Charles, que está em idade de cursar a faculdade e conhece uma jovem chamada Camille (interpretada por Emerald Fennell, a Patsy de Call The Midwife). Para quem gosta de bons dramas, com sólidas atuações e figurinos impecáveis, entremeados por comentários sobre política e a passagem do tempo, The Crown continua sendo uma ótima pedida.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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