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[57ª Festival de Brasília] Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Luís Kaiowá, o personagem a quem o título Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá se refere, permanece adequadamente ausente na maior parte do filme. Quando tinha 10 anos de idade, ele e seu irmão, 10 anos mais velho, saíram de seu território no Mato Grosso do Sul. Era o período da ditadura militar e, nesse caminho, foram interceptados por administradores da FUNAI, que os deslocaram para as terras dos Maxakali (Tikmũ’ũn), em Minas Gerais. Com casas, línguas, roupas e modos de viver diferentes, foi ali que ele…
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[57ª Festival de Brasília] Salomé
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Definido incialmente como um drama queer, Salomé, de André Antonio, é, na verdade, uma interessante mistura de gêneros que passa pelo melodrama, pela comédia, pelo romance, o noir e a ficção científica. A sinopse pode fazer parecer realmente um drama comum: Cecília (Aura do Nascimento, já uma estrela) é uma modelo de sucesso que mora em São Paulo, mas foi para a terra natal, Recife, passar o natal com a mãe, Helena (Renata Carvalho). Lá reencontra João (Fellipy Sizernando), que conhece desde criança, e nasce aí…
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[57ª Festival de Brasília] Enquanto o Céu Não Me Espera
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. O filme dirigido por Christiane Garcia é apresentado como sendo o primeiro longa de ficção realizado por uma mulher no Amazonas. Só isso já seria digno de nota, além do próprio contexto de produção deixa claro as dificuldades superadas para a realização da obra. Mas ela tem seu méritos para além do ineditismo e esforço de realização. Na trama, Vicente, vivido por Irandhir Santos, é agricultor que planta juta e que ganha muito pouco com cada safra, invariavelmente prejudicada pela chuva. Foi o que aconteceu com…
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[57ª Festival de Brasília] Pacto da Viola
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Alex (Wellington Abreu), que se apresenta com o nome AlexSom, é um músico, que compõe canções sertanejas para sua viola. Mora em Brasília, onde tenta em vão vender seus CDs, enquanto trabalha em um abatedouro. É quando recebe a notícia de que seu pai, significativamente chamado de Lázaro, violeiro bem-quisto em sua terra natal e figura central na Folia de Reis, passou mal e desmaiou. Alex retorna para sua terra natal para ajudar o pai. Dirigido por Guilherme Bacalhao com roteiro de Adirley Queirós, Pacto da…
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[57ª Festival de Brasília] Suçuarana
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Dora (Sinara Teles) está em um posto de gasolina na beira da estrada tentando entregar um grande cachorro amarelo para quem aceitar ficar com ele. Com um apanhado de sacolas, ela pretende deixar o lugar para trás, levando, além de seus parcos pertences, uma fotografia, que mais tarde explica ser de sua mãe em um lugar que chama de Vale da Sussuarana. Parte em busca desse vale, como se fosse um lugar de origem, uma conexão com o passado. Dirigido por Clarissa Campolina e Sérgio Borges,…
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[57ª Festival de Brasília] Criaturas da Mente
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Marcelo Gomes, veterano do cinema, diretor de filmes como Cinema, Aspirinas e Urubus (2005) e Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar (2019), começa seu novo documentário, Criaturas da Mente (2024), relatando que, durante a pandemia de Covid 19, que assolou o mundo a partir do começo de 2020, ele percebeu que parou de sonhar. Questionando o sentido do sonho (e da sua falta), entrou em contato com o doutor Sidarta Ribeiro, biólogo e neurocientista, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte…
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Gladiador II (2024)
Eu tinha 15 anos recém-completos quando Gladiador estreou nos cinemas, lá nos idos de 2000. Amante de filmes de época, fui vê-lo no cinema e essa foi a única vez que assisti até essa semana. Não tenho mais meu diário da época, mas lembro de ter anotado hiperbolicamente que era um dos melhores filmes que tinha visto até então. Fiquei encantada com a mistura de cenografia com CGI no Coliseu, com a grandiosidade das batalhas e lutas, com os detalhes do figurino, com a atuação histriônica de Joaquim Phoenix e a minimalista de Russel Crowe. Talvez eu não tenha escrito tudo isso na época (nunca mais vou saber), mas fato…
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[48ª Mostra de São Paulo] Eu, Maryam, as Crianças e as Outras 26 Pessoas
Este texto faz parte da cobertura da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro. Publicado originalmente na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir, assine aqui. Eu, Maryam, as Crianças e as Outras 26 Pessoas (Man, Maryam, Bacheha va 26 Nafare Digar, Irã, Alemanha, 2024, Ficção, cor, 101 min) Direção: Farshad Hashemi Sinopse: Mahboubeh é uma mulher de 30 anos que decide alugar sua casa para a equipe de um filme por seis dias — o que interrompe de maneira repentina sua vida tranquila e solitária. Intrigada pelas interações do grupo e inspirada pelo roteiro do curta-metragem que…
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[48ª Mostra de São Paulo] Dormir de Olhos Abertos
Este texto faz parte da cobertura da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro. Publicado originalmente na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir, assine aqui. Dormir de Olhos Abertos (Brasil, Taiwan, Argentina, Alemanha, 2024, Ficção, cor, 97 min) Direção: Nele Wohlatz Sinopse: Uma cidade costeira no Brasil. Kai chega de Taiwan para as férias com o coração partido. Um ar-condicionado quebrado a envia para a loja de guarda-chuvas de Fu Ang, que poderia se tornar um amigo, mas a estação chuvosa não chega, e o estabelecimento do rapaz desaparece. Enquanto procura por Fu Ang, Kai descobre a…
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[48ª Mostra de São Paulo] 78 Dias
Este texto faz parte da cobertura da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro. Publicado originalmente na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir, assine aqui. 78 Dias (78 Dana, Sérvia, 2024, Ficção, cor, 82 min) Direção: Emilija Gašić Sinopse: Pouco antes de seu pai ser recrutado durante o bombardeio da Otan na Sérvia em 1999, Sonja e Dragana, duas irmãs adolescentes, começam um diário em vídeo Hi8, gravando por cima de coisas mais antigas que aparecem periodicamente entre as cenas recém-filmadas. Os dias passam com elas registrando a natureza pacífica ao redor, o céu trêmulo à noite durante os…