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    Era uma vez em Hollywood

    Tarantino sempre passa do ponto em algum momento. Mas apesar de todas as questões, da falta de falas pra fascinante Sharon Tate, continua valendo a pena. Fui pro cinema apenas com uma sinopse (muito mal escrita) e os teasers engraçadinhos que não pude evitar no insta. Margot estava felizinha demais, todo mundo numa vibe muito […] https://stephaniaamaral.wordpress.com/2019/08/15/era-uma-vez-em-hollywood/...

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    Rainhas do Crime (The Kitchen, 2019)

    A música da abertura do filme dita o tom da história: “this is a men’s world” brada a versão da melodia de James Brown. É o final na década de 1970, em Hell’s Kitchen, na cidade de Nova York. Nesse mundo dos homens, três mafiosos são presos em uma ação do FBI, deixando suas esposas Kathy (Melissa McCarthy), Ruby (Tiffany Haddish) e Claire (Elisabeth Moss) sem um resguardo financeiro. A primeira é a esposa amorosa e mãe de dois filhos; a segunda, vítima de violência doméstica; e terceira precisa lidar cotidianamente com o racismo da família de seu marido branco. A máfia a que pertenciam prometeu cuidar delas mas o…

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    Rafiki (2018)

    Romeu e Julieta: duas pessoas jovens de famílias com rivalidades políticas se apaixonam e querem ficar juntas. Essa é a premissa de Rafiki, filme queniano dirigido por Wanuri Kahiu. As protagonistas são Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva), ambas filhas de dois homens candidatos nas eleições locais e moradoras do mesmo conjunto habitacional. Ziki vê Kena no bar com os amigos ou andando de skate pela rua e Kena vê Ziki treinando coreografias na rua com as amigas. Elas se aproximam, criam laços e se apaixonam. Como muitos romances focados em personagens LGBT, isso não acontece sem turbulências. No Quênia, relacionamentos entre pessoas do mesmo gênero não só são…

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    Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar

    A cidade de Toritama, no agreste pernambucano, tem apenas 40 mil habitantes mas produz cerca de 20% do jeans nacional, o que equivale a 20 milhões de peças por ano. Apelidada de capital do jeans, ela é a locação para o documentário Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar (2019), dirigido por Marcelo Gomes. Com uma narração em off que dialoga com quem assiste, o diretor retrata com proximidade e não sem espanto alguns aspectos da realidade econômica local. Segundo ele, décadas antes visitara a cidade junto com seu pai, que trabalhava para o governo. Tanto o pai como a mãe são nascidos na região. O que existia, então,…

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    Democracia em Vertigem

    A recomendação de hoje não poderia deixar de ser Democracia em Vertigem, documentário da Petra Costa que entrou para o catálogo da Netflix em mais de 190 países no dia 19. Petra descortina os acontecimentos políticos do Brasil dos últimos anos, usando uma narração em off e ponto de vista extremamente pessoal, ela conecta causa e efeito dos acontecimentos ao mesmo tempo em que se coloca nos momentos apresentados. Prepare-se para passar raiva tudo de novo. E para chorar também. Não só foi golpe como foi um golpe misógino e agora temos quatro anos de autoritarismo pela frente.

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    Filmes dirigidos por mulheres na Netflix

    O primeiro semestre acabou e chegamos à metade do ano. Nessa época muitas vezes as pessoas adeptas da cinefilia fazem suas listas de melhores filmes desse período e começam a pensar naqueles que ficaram para trás. A Netflix tem um catálogo imenso de filmes e muitas vezes é difícil de conseguir localizar o que chegou de novidade ao serviço de streaming. Para quem faz o desafio #52FilmsByWomen complica conseguir acompanhar as opções disponíveis. Pensando nisso, separei todos os filmes que são lançamentos do catálogo brasileiro, disponibilizados entre janeiro e junho e que são dirigidos ou co-dirigidos por mulheres. Segue a lista, já com o link que leva para o respectivo…

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    O Outro Pai

    O Outro Pai (2019), de Gabriela Tagliavini, é daqueles filmes que apesar de todas as evidentes falhas – como clichés de final feliz e romances forçadíssimos – acaba sendo uma ótima surpresa. Na trama, quatro irmãs que se reencontram no funeral da mãe descobrem que não são filhas biológicas do pai com que conviveram, e devem descobrir suas origens como condição para recebimento da herança. Me diverti e me emocionei com a comédia espanhola (a quanto tempo não tinha um guilt pleasure tipo novela mexicana!), especialmente pela união fraternal, real desejo da mãe realizado. Fiquei satisfeita pelas representatividades importantes (ainda que colocadas de forma um pouco desengonçada), não só da diretora…

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    Toy Story 4

    Talvez eu não devesse ter revisto todos os Toy Story antes de ver esse quarto. Rever o primeiro, lançado em 1995, me deixou com a triste impressão de que Woody era, então um brinquedo que encarnava o papel de masculinidade branca e cisgênero, ao contrário de outros brinquedos que não eram antropomórficos. Woody estava satisfeito no seu local de privilégio como o preferido de Andy, sem se importar com o status secundário dos demais. Até o dia que Buzz Lightyear, uma versão mais aprimorada de masculinidade branca e cisgênero chega para ocupar o seu lugar. Toda a história é sobre esse personagem privilegiado dentre os demais e que não quer…

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    [8º Olhar de Cinema] A Portuguesa

    Esta crítica faz parte da cobertura do 8ª Olhar de Cinema- Festival Internacional de Curitiba, que ocorre entre 5 e 13 de junho na cidade.  O cinema de Rita Azevedo Gomes é marcado pelo apuro estético e cuidado na composição. Em A Portuguesa não é diferente. A história da jovem portuguesa que se casa com o lorde Von Ketten e se muda para o norte da Itália é pano de fundo para a cineasta criar cenas de enorme beleza plástica. A Portuguesa é uma mulher que não encontra lugar na castelo em ruínas de seu marido sem recursos. Eles tiveram um ano para aproveitar o enlace e o primeiro filho,…

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    [8º Olhar de Cinema] Daniel

    Esta crítica faz parte da cobertura do 8ª Olhar de Cinema- Festival Internacional de Curitiba, que ocorre entre 5 e 13 de junho na cidade.  Com apenas uma hora de duração, Daniel, dirigido por Marine Atlan, é uma obra que consegue abordar temas de importante discussão contemporânea de forma delicada e envolvente. O protagonista que dá nome ao filme é uma criança travessa, que, junto com seus colegas, prega peças para roubar chocolates ou espionar professores. Em um dia atípico, saindo da enfermaria após um sangramento em seu nariz, Daniel se perde em corredores internos da escola, chegando a uma porta que se conecta ao fundo do vestiário. Ele abre…