Cinema
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Melhores Filmes de 2024
Como todos os anos, tentei elaborar uma lista dos filmes que mais gostei e como todos os anos sofri no processo. Filmes entraram e saíram e certamente vou me arrepender assim que publicar. Eu não gosto de fazer listas muito extensas, mas também gosto de números redondos, então acabei ficando com 30 títulos. Esse é um recorte aproximado daquilo que mais me emocionou e/ou instigou em 2024, nem sempre necessariamente os melhores em termos objetivos (isso existe?), mas meus preferidos. Até o momento, foram 317 filmes assistidos no ano, sendo 276 longas metragens. Se eu contei certo, 101 foram lançados Brasil ao longo dos últimos 12 meses, mas também levei…
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20 melhores filmes vistos pela primeira vez em 2024
Desde 2013 incluo na minha retrospectiva do ano esse apanhado de descobertas entre os filmes que assisti que não são lançamentos daquele ano. Afinal, a cinefilia nunca acaba, é um processo de encontros. A lista também pode ser conferida no letterboxd, onde também é possível ver minha nota para cada um deles. A ordem da disposição é cronológica, já que ranquear seria uma tarefa ingrata. Seguem os escolhidos. O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights, 1939) Direção: William Wyler Contrastes Humanos (Sullivan’s Travels, 1941) Direção: Preston Sturges Sei Onde Fica o Paraíso (I Know Where I’m Going!, 1945) Direção: Michael Powell e Emeric Pressburger Êxtase de Amor (Daisy Kenyon, 1947) Direção:…
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[57ª Festival de Brasília] Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Luís Kaiowá, o personagem a quem o título Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá se refere, permanece adequadamente ausente na maior parte do filme. Quando tinha 10 anos de idade, ele e seu irmão, 10 anos mais velho, saíram de seu território no Mato Grosso do Sul. Era o período da ditadura militar e, nesse caminho, foram interceptados por administradores da FUNAI, que os deslocaram para as terras dos Maxakali (Tikmũ’ũn), em Minas Gerais. Com casas, línguas, roupas e modos de viver diferentes, foi ali que ele…
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[57ª Festival de Brasília] Salomé
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Definido incialmente como um drama queer, Salomé, de André Antonio, é, na verdade, uma interessante mistura de gêneros que passa pelo melodrama, pela comédia, pelo romance, o noir e a ficção científica. A sinopse pode fazer parecer realmente um drama comum: Cecília (Aura do Nascimento, já uma estrela) é uma modelo de sucesso que mora em São Paulo, mas foi para a terra natal, Recife, passar o natal com a mãe, Helena (Renata Carvalho). Lá reencontra João (Fellipy Sizernando), que conhece desde criança, e nasce aí…
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[57ª Festival de Brasília] Enquanto o Céu Não Me Espera
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. O filme dirigido por Christiane Garcia é apresentado como sendo o primeiro longa de ficção realizado por uma mulher no Amazonas. Só isso já seria digno de nota, além do próprio contexto de produção deixa claro as dificuldades superadas para a realização da obra. Mas ela tem seu méritos para além do ineditismo e esforço de realização. Na trama, Vicente, vivido por Irandhir Santos, é agricultor que planta juta e que ganha muito pouco com cada safra, invariavelmente prejudicada pela chuva. Foi o que aconteceu com…
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[57ª Festival de Brasília] Pacto da Viola
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Alex (Wellington Abreu), que se apresenta com o nome AlexSom, é um músico, que compõe canções sertanejas para sua viola. Mora em Brasília, onde tenta em vão vender seus CDs, enquanto trabalha em um abatedouro. É quando recebe a notícia de que seu pai, significativamente chamado de Lázaro, violeiro bem-quisto em sua terra natal e figura central na Folia de Reis, passou mal e desmaiou. Alex retorna para sua terra natal para ajudar o pai. Dirigido por Guilherme Bacalhao com roteiro de Adirley Queirós, Pacto da…
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[57ª Festival de Brasília] Suçuarana
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Dora (Sinara Teles) está em um posto de gasolina na beira da estrada tentando entregar um grande cachorro amarelo para quem aceitar ficar com ele. Com um apanhado de sacolas, ela pretende deixar o lugar para trás, levando, além de seus parcos pertences, uma fotografia, que mais tarde explica ser de sua mãe em um lugar que chama de Vale da Sussuarana. Parte em busca desse vale, como se fosse um lugar de origem, uma conexão com o passado. Dirigido por Clarissa Campolina e Sérgio Borges,…
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[57ª Festival de Brasília] Criaturas da Mente
Este texto faz parte da cobertura da 57ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que ocorre entre 30 de novembro e 7 de dezembro. Marcelo Gomes, veterano do cinema, diretor de filmes como Cinema, Aspirinas e Urubus (2005) e Estou Me Guardando para Quando o Carnaval Chegar (2019), começa seu novo documentário, Criaturas da Mente (2024), relatando que, durante a pandemia de Covid 19, que assolou o mundo a partir do começo de 2020, ele percebeu que parou de sonhar. Questionando o sentido do sonho (e da sua falta), entrou em contato com o doutor Sidarta Ribeiro, biólogo e neurocientista, professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte…
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57º Festival de Brasília de Cinema Brasileiro terá homenagem a Zezé Motta
Com 79 filmes programados, o 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro volta para mais um ano de celebração da produção nacional no Cine Brasília, neste sábado (30/11). A programação das mostras Competitiva Nacional, Brasília e paralelas começa oficialmente no domingo (1º/12), no Cine Brasília. Mas, o primeiro dia do festival será reservado à tradicional Cerimônia de Abertura, às 20h, para convidados e com distribuição gratuita de uma cota dos ingressos antes da sessão. Na abertura, o premiado diretor Marcelo Gomes (Cinema, Aspirinas e Urubus) realiza a primeira exibição mundial de seu novíssimo longa-metragem, Criaturas da Mente. Um filme “onírico”, como define o cineasta, o documentário investiga o sonho como motor da revolução humana,…
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Gladiador II (2024)
Eu tinha 15 anos recém-completos quando Gladiador estreou nos cinemas, lá nos idos de 2000. Amante de filmes de época, fui vê-lo no cinema e essa foi a única vez que assisti até essa semana. Não tenho mais meu diário da época, mas lembro de ter anotado hiperbolicamente que era um dos melhores filmes que tinha visto até então. Fiquei encantada com a mistura de cenografia com CGI no Coliseu, com a grandiosidade das batalhas e lutas, com os detalhes do figurino, com a atuação histriônica de Joaquim Phoenix e a minimalista de Russel Crowe. Talvez eu não tenha escrito tudo isso na época (nunca mais vou saber), mas fato…