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Crip Camp: Revolução pela Inclusão

O documentário Crip Camp: Revolução pela Inclusão (Crip Camp, 2020), dirigido por Nicole Newnham e James Lebrecht, estreou no catálogo da Netflix. A sinopse não dá conta de seu conteúdo: faz parecer que aborda um acampamento de verão nos Estados Unidos para adolescentes com deficiência nos anos 60 e 70. Esse tema por si só já seria interessante, uma vez que, como o próprio doc deixa claro, pessoas com deficiência não tinham direitos garantidos naquela época e a maioria dos jovens tinha pouca convivência fora de casa, porque as escolas públicas raramente os aceitavam. Muitos permaneciam em casa ou institucionalizados. Mas além de abordar o ineditismo do local, em termos pedagógicos e recreacionais, ele mostra a vida de alguns adolescentes a partir dali, quando descobriram que tinham mais direitos do que aqueles do mundo lá fora e se tornaram militantes pelos direitos das pessoas com deficiência. Dentro do clima de luta pelos direitos civis que existia na época no país, começou a deles para que fossem tratados como os demais cidadãos. No final das contas, o longa é sobre essa luta, que começa na acessibilidade mirando na equidade entre as pessoas. O filme venceu o prêmio de melhor documentário escolhido pela audiência no Festival de Sundance agora no começo de 2020. 

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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