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Uma Ideia de Você (2024)

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Eu amo a Anne Hathaway. Se for parar para analisar, ela nem tem tantos filmes bons assim na filmografia, mas só O Diabo Veste Prada (2006) e O Casamento de Rachel (2008) já vale uma carreira, não é mesmo? E gosto até de farofas mais recentes como Colossal (2016) e Oito Mulheres e um Segredo (2018) (eu sei…). Então por que não dar uma chance para a sua nova comédia romântica?

Bom, recebi o screener de Uma Ideia de Você (The Idea of You, 2024) em uma semana de muito cansaço e pareceu perfeito para espairecer. Caiu como uma luva. O filme é escrito por Jennifer Westfeldt, que protagonizou e também roteirizou o clássico Beijando Jessica Stein (2001), em parceria com o diretor Michael Showalter, dos medianos Doentes de Amor (2017) e Os Olhos de Tammy Faye (2021). O livro que deu origem ao filme foi escrito por Robinne Lee e aparentemente surgiu como uma fanfic. Sim. A premissa da história é: e se uma mulher de 40 divorciada e com uma filha adolescente começasse um relacionamento com o ídolo teen de boyband da filha, um boyzinho de 20 e poucos anos que é basicamente o Harry Styles? (Tirando a filha adolescente, poderia ser um filme sobre a Olivia Wilde, né…). 

Entram em cena Solène (Hathaway) e Hayes (Nicholas Galitzine). Sim, Hayes, não Harry. Ela o conhece quando leva a filha a um festival, para um meet and greet com a banda, e entra no camarim dele para usar o banheiro sem saber que era de uso privativo. (Está na moda meet cute com banheiro?). Ela não o reconhece, ele rapidamente se interessa por ela. 

A dinâmica do filme é como de Um Lugar Chamado Notting Hill (1998) (com menos de charme, claro) e com gêneros invertidos. Ele é o famoso, ela a que tem que aprender a nadar nas águas dos paparazzi e da invasão de privacidade. 

(O momento menos convincente para mim foi quando Hathaway, mais linda do que nunca, fica com vergonha de aparecer de maiô na frente das namorados dos amigos de seu namorado. É tipo a cena de Barbie em que a personagem diz que não é bonita como uma Barbie estereotipada e a narradora avisa que isso não é crível porque é a Margot Robbie no papel). 

O filme se embaralha um pouco no vai e volta dos personagens, ela enrolada no sentimento de culpa e querendo preservar a filha da exposição. Mas, de maneira geral, é bem satisfatório e agradável para assistir numa 3ª feira de noite com um crochezinho pra fazer.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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