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Filmes de diretoras brasileiras para ver direto na internet

O cinema produzido no Brasil, mesmo enfrentando desvalorização, dificuldades e preconceitos, já provou que é capaz de nos entregar filmes de qualidade ímpar. A variedade de temas e propostas, a abordagem de questões sociais e políticas com profundidade e criatividade, além do estilo e da estética, são características que chamam a atenção de cinéfilos e críticos do mundo inteiro. Nosso cinema está sempre marcando presença em festivais internacionais, sendo, muitas vezes, reconhecido com prêmios importantes. 

As diretoras brasileiras, claro, são essenciais nesse movimento. Elas são responsáveis por grandes filmes que falam diretamente com nossa sociedade e, ao mesmo tempo, projetam o Brasil e a arte cinematográfica nacional para o público estrangeiro, ainda que passem por desafios muito próprios por serem mulheres realizadoras num segmento marcado por grande desigualdade de gênero. Selecionamos aqui algumas diretoras nacionais que fazem a diferença nas telonas e sugerimos um filme de cada uma delas para você assistir no conforto de casa, acessando o Telecine direto na internet. Confira:

Anita Rocha da Silveira – Mate-me Por Favor

Anita Rocha da Silveira é diretora, roteirista e também já trabalhou como montadora. Chama a atenção, principalmente, pelo talento para o horror e o suspense. O primeiro longa-metragem dela, Mate-me Por Favor, (2015) é um thriller que se passa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em que uma série de assassinatos de jovens mulheres abala os moradores. Bia e suas amigas, mesmo amedrontadas, são tomadas por uma curiosidade mórbida sobre os acontecimentos e isso começa lentamente a modificar suas vidas. O filme estreou no Festival de Veneza, passou pelo Festival SXSW e pelo Festival de Munique. No Festival do Rio ganhou os Prêmios de Melhor Direção e Melhor Atriz para Valentina Herszage. No Festival Janela Internacional de Cinema do Recife levou Melhor Som.

Anna Muylaert – Que Horas Ela Volta

Anna Muylaert, além de diretora, é também roteirista e produtora, tendo, inclusive, ampla experiência em trabalhos para a televisão. No Feito por Elas já temos podcast sobre ela, que você ouve aqui. Que Horas Ela Volta (2015) é um de seus trabalhos mais aclamados. Além dos vários prêmios nacionais, o filme ganhou o Prêmio da Confederação de Cinemas de Arte e Ensaio na seção Panorama do Festival de Berlim e o Prêmio Especial do Júri de Melhor Atuação no Festival de Sundance para a dupla de protagonistas, Regina Casé e Camila Márdila, que interpretam mãe e filha. A narrativa é sobre a pernambucana Val, que se mudou para São Paulo buscando melhores condições de vida para a filha Jéssica. Alguns anos depois, Jéssica vai tentar vestibular na cidade, o que desencadeia muita tensão na casa dos patrões de sua mãe, vividos por outra boa dupla de atores, Karine Teles e Lourenço Mutarelli. 

Eliane Caffé – Era O Hotel Cambridge

Eliane Caffé, diretora e roteirista que em suas obras trabalha temas de preocupação social, já foi premiada em festivais como o Biarritz (França) e Havana (Cuba). Também temos programa sobre ela, podcast que inclui uma entrevista realizada com a própria cineasta e também com a diretora de arte Carla Caffé. Era o Hotel Cambridge (2016) é um filme híbrido, que mistura ficção e documentário. Os personagens são pessoas reais de uma ocupação no centro de São Paulo, incluindo refugiados recém-chegados ao Brasil. O longa aborda a trajetória desse grupo, as tensões diárias pela ameaça de despejo, dramas, alegrias, diferenças e afinidades. Destaque para Carmen Silva, da Frente de Luta pela Moradia, que interpreta a si mesma e nos entrega a força de uma liderança feminina. O filme ganhou prêmios no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián (Espanha), no Festival do Rio, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Festival Sesc Melhores Filmes.

Laís Bodanzky – Como Nossos Pais

Laís Bodanzky, diretora, produtora e roteirista, é também a atual presidente da Spcine, empresa municipal de fomento ao audiovisual paulistano. Como Nossos Pais (2017) é seu quarto longa-metragem. Debatemos sobre ele no programa dedicado à diretora, em que também falamos sobre dois de seus filmes anteriores, Bicho de Sete Cabeças (2000) e Chega de Saudade (2008).  Estrelado por Maria Ribeiro, Como Nossos Pais foi exibido no Festival de Berlim e indicado ao prêmio Teddy. Ganhou o prêmio de Melhor Filme no FESTin-Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa e foi um dos filmes mais premiados nos festivais brasileiros. A história é sobre Rosa, uma mulher de vida agitada que precisa conciliar maternidade, trabalho e casamento. Em meio a uma crise existencial, ela se vê cheia de conflitos que se ligam a discussões sobre os desafios de ser mulher, especialmente  na contemporaneidade.

Lúcia Murat – Praça Paris

Lúcia Murat é uma cineasta cuja vida e carreira estão fortemente atreladas às questões políticas brasileiras. No podcast sobre ela, discutimos seu filme mais recente, Praça Paris (2017), Que Bom Te Ver Viva (1989) e Uma Longa Viagem (2011). Praça Paris tem a incrível Grace Passô interpretando Glória, uma ascensorista na Universidade do Estado do Rio de Janeiro que tenta seguir em frente com sua vida apesar dos traumas que carrega. Ela procura suporte em Camila (Joana De Verona), uma jovem terapeuta portuguesa, e elas vão criando vínculo, mas as diferenças entre ambas, como suas origens e contextos sociais, acabam suscitando tensões reveladoras. O longa ganhou prêmios no CinEuphoria Awards e nas categorias de  Melhor Direção e Melhor Atriz no Festival do Rio.

Esse conteúdo foi produzido pelo Feito por Elas, de maneira patrocinada, em parceria com o Telecine.  
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Projeto para discutir, criticar e divulgar os trabalhos de mulheres no cinema.

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