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Elas vão à luta: quatro filmes sobre mulheres e suas batalhas

Quando pensamos sobre as diversas lutas enfrentadas pelas mulheres, tanto no âmbito pessoal e cotidiano quanto no âmbito coletivo e político, vemos o quanto há, em todas nós, verdadeiras guerreiras da vida real. E nessa realidade tão complexa de pandemia, isso fica ainda mais evidente. Há batalhas dentro e fora de casa – e aqui o termo “casa” pode servir tanto para nossa residência propriamente dita como também para nosso mundo interior. 

Entre perdas e vitórias, altos e baixos, protagonistas femininas do cinema em jornadas de descoberta de si mesmas e enfrentamento de adversidades, quando bem construídas, refletem aspectos de nossas vivências, cuja identificação nos provoca aquele conforto do reconhecimento. Elas podem motivar, inspirar, alimentar reflexões ou mesmo nos ajudar a desenvolver mais empatia sobre o que não experienciamos. Listamos abaixo quatro filmes de diferentes propostas com personagens mulheres que vão à luta:

Garçonete (2007)

Especialmente para quem assistiu à série Felicity entre o final dos anos 90 e início dos anos 2000 e, desde então, adora a atriz Keri Russell, em Garçonete (2007) ela interpreta Jenna, uma mulher que planeja juntar dinheiro para abandonar o marido problemático, Earl (Jeremy Sisto). A grande esperança de Jenna está em um concurso de tortas, pois ela sabe fazê-las como ninguém e o prêmio pode ajudá-la. Porém, uma gravidez não esperada afeta os planos dela e novos desafios surgem na busca por uma vida melhor. Com uma rede de apoio de amigas e um caso extraconjugal com um médico, ela parece não desanimar. O filme aborda de maneira muito sensível, atenciosa e leve uma experiência feminina de enfrentamentos e descontrações em meio a tortas maravilhosas com nomes criativos. O filme é resultado de um belo trabalho da talentosa diretora e roteirista – infelizmente já falecida – Adrienne Shelly, que também atua como coadjuvante na trama.

Indianara (2019)

Dirigido pela francesa radicada no Brasil Aude Chevalier-Beaumel e pelo brasileiro Marcelo Barbosa, Indianara (2019) foi indicado a Palma Queer no Festival de Cannes e apresenta a trajetória da ativista trans Indianara Siqueira. Mulher revolucionária, ela é uma das idealizadoras da Casa Nem, abrigo para pessoas LGBTQI+ em situação de vulnerabilidade, no Rio de Janeiro. O longa documenta – entre o político e o pessoal e de maneira bastante próxima – o cotidiano afetivo e também os atos de resistência da protagonista em meio às ameaças e violências constantes vividas pelas pessoas trans no Brasil. Há registros de Marielle Franco e também da repercussão da morte dela, que trazem ainda mais camadas ao longa.

As Viúvas (2018)

Na narrativa de As Viúvas (2018), quatro mulheres que não têm nada em comum – exceto uma dívida deixada para trás pelas atividades criminosas dos falecidos maridos – tomam o destino pelas mãos e conspiram para conseguir se livrar do problema “herdado” e garantir um futuro. Liderado por Verônica (Viola Davis), o grupo se forma com Alice (Elizabeth Debicki), Linda (Michelle Rodriguez) e Belle (Cynthia Erivo). Elas se reinventam e se unem por causa das circunstâncias, mas a forma como enfrentam os desafios pode muito bem representar a união feminina pela sobrevivência nas mais diversas situações da realidade, inclusive tocando em temas como racismo, violência doméstica e política. O thriller tem direção de Steve McQueen e roteiro do próprio diretor em parceria com Gillian Flynn, conhecida por Garota Exemplar (2014). 

Philomena (2013)

Baseado na história real de Philomena Lee e realizado pelo cineasta britânico Stephen Frears, o filme Philomena (2013) é sobre a trajetória de uma mulher idosa (Judy Dench) à procura de seu filho que foi entregue para adoção por um convento da Igreja Católica em 1952, na Irlanda. Nessa viagem investigativa, ela tem a ajuda de Martin Sixsmith (Steve Coogan), um jornalista com quem constrói um forte laço de amizade, mesmo entre desentendimentos. As questões humanas são o foco de interesse da narrativa, de tom leve e despretensioso, embora o roteiro toque, superficialmente, em questões ligadas à religião. Indicado a quatro Oscars, incluindo o de Melhor Filme e de Melhor Atriz.

Esses e outros filmes com protagonismo de mulheres você encontra no serviço de streaming do Telecine.

Esse conteúdo foi produzido pelo Feito por Elas, de maneira patrocinada, em parceria com o Telecine.  

 

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Projeto para discutir, criticar e divulgar os trabalhos de mulheres no cinema.

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