Entrevistas

Entrevista: Ariana Grande | “Glinda é um verdadeiro símbolo de força”

Não teve como iniciar a entrevista com Ariana Grande de outra forma que não mencionando rapidamente a ausência dela na premiére mundial de Wicked: Parte II (2025), que aconteceu no Brasil. E rapidamente mesmo, porque, como é de praxe neste tipo de entrevista, são pouquíssimos minutos (neste caso, apenas quatro) para extrair boas respostas de quem está do outro lado. 

Indicada ao Oscar pelo primeiro filme, lançado no ano passado, Ariana apresenta aqui uma personagem que veste muito bem a roupa (e a bolha) que lhe é dada por Madame Morrible (Michelle Yeoh) e o Mágico (Jeff Goldblum) em uma Oz segregada e que teme o retorno de Elphaba (Cynthia Erivo), agora a Bruxa Má do Oeste. E quis pautar meu breve papo com Ariana nessa mudança da Galinda engraçada e infantil do filme de 2024 para a Glinda que simplesmente representa um papel. A conversa está no nosso canal do YouTube e aqui embaixo vocês podem lê-la na íntegra.

Camila Henriques: Sua atuação neste filme é tão diferente da do primeiro, eu acho, porque Glinda passa por outro arco. Mas você filmou os dois filmes ao mesmo tempo, certo? Como foi essa imersão como atriz? 

Ariana: A Glinda do primeiro filme certamente tem um tom muito diferente em relação ao segundo. Para mim, a maneira de lidar com isso foi simplesmente conhecê-la o melhor possível como pessoa, para que, independentemente do que estivesse acontecendo, eu tivesse um gatilho humano para ela, um gatilho da Glinda que pudesse acessar. Então, no primeiro filme, esses gatilhos humanos estão logo abaixo da superfície. Eles ainda estão lá, escondidos na comédia, mesmo que ela ainda não esteja pronta para se abrir completamente para nós. E aí, no segundo filme, isso meio que surge à força. Mas eu passei bastante tempo conhecendo-a, para que, quando chegasse ao set, eu pudesse simplesmente ouvir e responder em tempo real, sem me sentir como se estivesse ensaiada demais, e para que eu pudesse me surpreender com o que estava acontecendo o máximo possível. Foi muito importante conhecê-la melhor e pensar bastante sobre a vida familiar dela durante a infância, para que eu pudesse usar isso como referência e entender de onde vinham as inseguranças tão evidentes no primeiro filme. 

Camila: Que característica da Glinda nessa segunda parte foi mais marcante nesse seu processo de identificação com a personagem?

Ariana: Acho que a característica que mais me marcou nela foi a sua força. É preciso muita força para encarar as coisas que você fez e das quais não se orgulha, em vez de continuar reprimindo, negando e evitando o problema. É preciso muita força para desenvolver as ferramentas necessárias para fazer uma mudança real. E nós podemos vê-la fazer isso neste filme. E eu acho que muita gente vê a Glinda como uma criatura fofa e alegre. Mas, para mim, ela é realmente resiliente e um verdadeiro símbolo de força.

Crítica de cinema, membra da Abraccine, amazonense, 30+, ama novela mexicana

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