Críticas e indicações,  Filmes

Filmes para celebrar o Orgulho LGBTI+ no Telecine

Foi no dia 28 de junho de 1969 que o bar Stonewall Inn, localizado em Nova York e frequentado pelo público LGBTI+, foi invadido com violência pela polícia. O que se seguiu foi uma série de manifestações conhecidas como Rebelião de Stonewall, reivindicando direitos para as pessoas da comunidade. Uma boa parte dessas manifestações foram lideradas por mulheres, tanto transgênero quanto lésbicas e bissexuais, principalmente negras e latinas. No aniversário de um ano do acontecimento, duas Marchas pelo Orgulho ocorreram nos Estados Unidos, em Chicago e Los Angeles. Desde então, a data 28 de junho se tornou sinônimo de celebração e de luta e se estabeleceu como o Dia do Orgulho LGBTI+.

No Brasil do mesmo período, marcado pela Ditadura Militar, pessoas LGBTI+ foram duramente perseguidas. A chamada “pauta da moralidade” se tornou um dos pilares daqueles governos e serviu como desculpa para censura de obras artísticas que fossem consideradas “desviantes” em se tratando de sexualidade. Ainda assim, a resistência se articulou de diversas maneiras, da organização política, como o grupo SOMOS, passando pelo deboche de artistas como Dzi Croquettes e publicações como os jornais Lampião da Esquina e Chana com Chana

De lá para cá muitos direitos foram conquistados, mas ainda é preciso avançar muito em diversos aspectos, incluindo a representatividade. Nesse Dia do Orgulho LGBTI+ queremos celebrar corpos, afetos e desejos. Por isso selecionamos esses filmes com protagonistas LGBTI+ que você pode conferir no serviço de streaming do Telecine.

Orlando, a Mulher Imortal (1992), dirigido por Sally Potter

O jovem nobre Orlando vive por cerca de 300 anos sem envelhecer. Ao completar 30 anos de idade, no século XVIII, misteriosamente acorda como mulher. O romance Orlando foi escrito por Virginia Woolf em 1928 como uma carta de amor em homenagem à sua amante, Vita Sackville-West. A história das duas, inclusive, também pode ser conferida no filme Um Romance nas Entrelinhas, de Chanya Button. Orlando, a Mulher Imortal é protagonizado por Tilda Swinton, que performa como ninguém a fluidez da performatividade de gênero exigida pela personagem. Lidando com um texto escrito em fluxo de pensamento e que foi um marco na literatura moderna em língua inglesa, Sally Potter consegue realizar uma adaptação interessante e que explora de maneira intensa a subjetividade de Orlando. 

Tomboy (2011), dirigido por Céline Sciamma

Os processos de auto-descoberta da adolescência são frequentemente retratados em narrativas fílmicas, como ainda veremos nessa lista, mas muitas vezes nos esquecemos de como as crianças já estão criando um senso de si. Em Tomboy, acompanhamos a história de Mikaël, uma criança que foi designada como menina ao nascer e é chamada de Laure pelos pais, mas não se reconhece como tal. Quando a família se muda, a criança vê a oportunidade de começar do zero em outra vizinhança. Sciamma descortina com delicadeza as diferenças sutis (e aquelas nem tanto) na forma como meninos e meninas são criados e nas liberdades e performatividades de cada um, ressaltando a consciência que a criança que protagoniza o filme tem sobre si mesma, sem nunca fechar a narrativa em uma resposta pronta. 

As Boas Maneiras (2017), dirigido por Juliana Rojas e Marco Dutra

Ana (Marjorie Estiano), uma moça de família rica do interior, está grávida e sozinha em São Paulo. Ela contrata Clara (Isabél Zuaa) para que seja cuidadora, companhia e, futuramente, babá. A relação entre as duas se desenvolve para além da de patroa e empregada, mas essa não é uma gravidez como as demais. Em As Boas Maneiras, o terror flerta com o musical e os gêneros do cinema se fundem em uma obra bastante única, que comenta questões étnico-raciais e de classe complexificadas pelo romance e pelo fantástico. 

O Mau Exemplo de Cameron Post (2018), dirigido por Desiree Akhavan

Protagonizado por Chloë Grace Moretz, Sasha Lane e Forrest Goodluck, O Mau Exemplo de Cameron Post trata da assim chamada (e infame) “cura LGBT”. Em 1993, em um acampamento comandado por religiosos conservadores, os adolescentes encontram apoio mútuo enquanto lidam com o abuso emocional e psicológico por parte dos adultos. Com uma linguagem descomplicada e pitadas de humor, o filme dá conta de abordar questões sobre crescimento e descoberta da sexualidade de uma forma que facilmente ressoa em quem o assiste.

Fora de Série (2019), dirigido por Olivia Wilde

Mais um filme protagonizado por adolescentes, dessa vez uma comédia, Fora de Série retrata o último dia antes da formatura do ensino médio de duas meninas, Molly e Amy,  interpretadas por Beanie Feldstein e Kaitlyn Dever, respectivamente. Ambas percebem que passaram tanto tempo se preocupando com as notas e o acesso à universidade que pouco aproveitaram em seus últimos anos. Assim, decidem festar ao máximo e nesse processo Amy percebe que seu interesse é por outras meninas. O filme de estreia da diretora é divertido e surpreendente.

Lembrando que esses e outros filmes você encontra na cinelist Orgulho LGBTQI+ e que estão disponíveis no Telecine direto pela internet. Confira também o vídeo da campanha Eu tenho orgulho de ser quem eu sou, do Telecine:

Esse conteúdo foi produzido pelo Feito por Elas, de maneira patrocinada, em parceria com o Telecine.  
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Projeto para discutir, criticar e divulgar os trabalhos de mulheres no cinema.

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