Críticas e indicações,  Seriados

For All Mankind

A série sai de uma premissa ótima: e se os soviéticos fossem os primeiros a chegar na lua? E quem tivesse que “correr atrás” são os EUA? Esse é o ponto de partida de For All Mankind, série sobre espaço (mas nem tanto) que começa no fatídico ano de 1969. A trama central é focada principalmente na NASA e acompanha os astronautas e suas missões ao espaço – e caralho, como essa empresa tem grana pra torrar, benzadeus – mas também suas esposas e quem fica na terra. E aí que a série fica interessante (e você precisa passar pelo “pedágio” dos dois primeiros episódios): o que interessa aqui é esse mundo do trabalho, e principalmente uma sociedade, em transformação. Para não ficar atrás dos soviéticos, a NASA cria um programa espacial para mulheres e agora a realidade de quem fica é outra, e de quem é escolhido pra ir ao espaço, também.

(Imagem: divulgação)

Essa realidade alternativa tem umas particularidades engraçadas, por exemplo, John Lennon não morreu assassinado. Mas também tem muitas semelhanças com o nosso mundo contemporâneo: relacionamentos complicados, dificuldade de pessoas LGBT+ se assumirem no trabalho, maternidade, paternidade, as dificuldades de ser uma mulher bem sucedida em um ambiente só com homens, etc. etc. etc. Por ser uma série americana, eu confesso que tava com um certo receio de como eles iriam retratar a União Soviética, mas como a série foca basicamente nos norte-americanos, não tem tanto anti-comunismo (mas rola um pouco porque né).

Falando um pouco dos aspectos técnicos na série, a montagem tem umas soluções ótimas pra lidar com os presidentes dos EUA em situação que não existiram. E o uso de trilha sonora é uma das minhas coisas favoritas. Eu adoro quando a escolha da música dialoga com a cena muito mais do que apenas criar clima e ocasionalmente emoção. The Leftovers fazia isso brilhantemente e acredito que desde então nenhuma série fazia isso também, What Becomes of a Brokenhearted? é minha nova música favorita da vida e se tu assistir o primeiro episódio, vai se tornar a sua também.

Quem faz: Joel Kinnaman (The Killing) e criada por Ronald D. Moore (Battlestar Gallactica).

Onde assistir: Na Apple TV+, o meu streaming favorito do momento (nota nóis, aqls), você consegue assistir as duas temporadas da série. A terceira estreia ainda neste primeiro semestre.

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Bacharel em Cinema pela UMESP e pós-graduada em Gestão Cultural pelo Senac. Trabalha com redação e escrita há mais de 10 anos.

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