Críticas e indicações,  Filmes

Laços de Ternura

Às vezes tudo que a gente precisa é de um bom filme recheado de atrizes incríveis trazendo o melhor de sua atuação: é tipo uma confort food cinéfila. Lembro de ter assistido a Laços de Ternura (Terms of Endearment, 1983) há uns bons 20 anos ou mais atrás, mas não tinha muitas recordações sobre ele. Dirigido por James. L. Brooks, ele trata da relação ao logo dos anos de uma mãe e uma filha. A primeira, Aurora Greenway, interpretada por Shirley MacLaine, rodeada por babados, é um tanto rígida consigo mesma e despista o flerte de diversos homens que a rodeiam. Mas certo dia aceita o convite para almoçar feito por seu vizinho, um astronauta que sempre sai com mulheres mais novas. Curiosamente ele é vivido por Jack Nicholson, o que faz com a trama, bastante parecida com Alguém tem Que Ceder (Something’s Gotta Give, 2003) da Nancy Meyers, adquira ainda mais semelhança. É de se pensar se Meyers talvez tenha feito uma homenagem 20 anos depois. Já a filha, Emma (Debra Winger), casou-se com Flap (Jeff Daniels), um professor universitário e se mudou para outro estado. Ela tenta se encontrar na vida de dona de casa e mãe de uma escadinha de crianças, nem sempre com sucesso. O filme ganhou os Oscars de melhor filme, direção, roteiro adaptado, ator coadjuvante (Nicholson) e atriz (MacLaine). Embora às vezes recaia em dramas um tanto quanto forçados, é um prazer ver tantas bosa interpretações se desenrolarem diante de nós. E a relação mãe e filha é complexa em suas incoerências, divergências e pequenos carinhos. Talvez não seja um dos filmes mais memoráveis a ter ganhado um Oscar, mas certamente vale a pena assistir a ele.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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