Críticas e indicações,  Filmes

Professor Marston e as Mulheres-Maravilha (Professor Marston and the Wonder Women, 2017)

Em um ano em que o filme da heroína Mulher-Maravilha se tornou sucesso de crítica e de bilheteria, alçando sua diretora, Patty Jenkins, ao panteão das pessoas que tem acesso a grandes orçamentos, outra película, que retrata justamente a gênese da personagem, passou paticamente batida. Professor Marston e as Mulheres-Maravilha conta uma história baseada em fatos reais sobre o psicólogo e professor universitário que lhe dá nome (Luke Evans), bem como a sua esposa Elisabeth (Rebecca Hall, fantástica no papel). Ambos se envolvem com Olive Byrne (Bella Heathcote), uma das alunas dele e o relacionamento poliamoroso, um escândalo para a época, leva a sua demissão. Morando juntos, descobrem o BDSM e passam a praticá-lo. Unindo esses elementos às características das duas mulheres com quem vivia, Marston cria em 1941, sob pseudônimo e como fonte de renda, a personagem que viria a ser a mais icônica das super-heróinas: Mulher-Maravilha. Angela Robinson, que escreveu e dirigiu o filme, já havia trabalhado anteriormente no seriado The L World. Sua abordagem deixa patente seu interesse em explorar o romance e o ideário de amor romântico quando em um contexto não hegemônico e pouco convencional nas abordagens cinematográficas, colocando a sexualidade dos personagens como parte integral de suas vidas, o que gera um resultado bastante interessante. Trata-se de uma história de origem instigante e, acima de tudo, um filme bonito e bem realizado. Confira o trailer.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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