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Um Dia (One Day, 2011)
[off topic pero no mucho: toda vez que pesquiso filmes dirigidos por mulheres na Netflix, fico surpresa com a quantidade de romances! São filmes que nem ouvimos falar, não ficamos sabendo da produção e ao mesmo tempo uma maioria tão grande em um só gênero é curioso, não é?] A dica da semana é o filme Um Dia (One Day, 2011) dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig, cujo Educação teve três indicações ao Oscar em 2010. Trata-se da história de Em (Anne Hathaway) e Dexter (Jim Sturgess), que passam a noite de sua formatura juntos e se reencontram nesse mesmo dia nos anos seguintes. Nesse meio tempo suas vidas mudam e eles se afastam. Não…
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Sense8: o final
[Esse texto foi originalmente postado na newsletter quinzenal enviada para madrinhas e padrinhos do Feito por Elas, em 10/06/2018, na sessão de recomendações do que assistir na Netflix]. Nem comecei a escrever e já estou com vergonha (não-alheia, própria mesmo). Acabei de ver o episódio final de Sense8, seriado criado pelas irmãs Wachowski e que será a indicação da Netflix dessa quinzena. E com “acabei” quero dizer acabei mesmo, só saí da frente da TV e peguei o computador. Ainda tem lágrimas correndo no meu rosto. Costumo me apegar demais a seriados quando me envolvo com os personagens. Lembro o tanto que chorei, deitada no sofá, ainda na casa dos meus…
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As Boas Maneiras (2017)
Publicado originalmente em 3 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Juliana Rojas e Marco Dutra já há muito mostram que em se tratando de cinema de gênero, eles sabem o que estão fazendo. Os curtas já eram um indício, mas o longa Trabalhar Cansa foi a confirmação, bem como os trabalhos solo em Sinfonia da Metrópole e Quando Eu Era Vivo. Sempre mesclando o terror com outros gêneros, aqui trazem uma fábula sobre trabalho, cidade, relacionamentos e, claro, maternidade: temas que já haviam sido trabalhados em filmes anteriores. Ana (Marjorie Estiano) é uma mulher que já passou da 20ª semana de gestação…
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Hard Knock Wife
Dessa vez a dica é da Netflix mas não é filme nem série. Eu não sei você, mas não tenho muito hábito de assistir stand up comedy, embora já tenha tentado ver alguns. Mas há alguns anos a Netflix me sugeriu assistir Baby Cobra, apresentação da comediante Ali Wong, e gostei bastante, com algumas ressalvas. Agora ela está de volta com mais um show, chamado Hard Knock Wife. Ali, que é sino-vietnamita-americana, não se furta a fazer piadas sobre estereótipos raciais, ainda fala, como no programa anterior, sobre sua vida sexual, mas dessa vez o foco de seus comentários mordazes recai em casamento e em maternidade, já que de lá pra cá…
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As Vozes (The Voices, 2014)
Retorna ao catálogo da Netlflix a comédia (?) de humor ácido As Vozes, dirigida por Marjane Satrapi e sobre a qual já conversamos em um podcast anterior. O filme trata, de forma absurda, a história de um homem que acredita ouvir seus animais conversando consigo e passa a seguir as sugestões deles quando se trata de suas ações. Ryan Reynolds, que interpreta o protagonista, consegue segurar o tom cômico na medida em que o macabro se instala e como temos, inicialmente, seu ponto de vista, é fácil considerá-lo um personagem simpático. Conforme a história avança, novas camadas são acrescentadas. Embora divida opiniões, acredito que Satrapi consegue lidar com o material controverso…
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Filmes assistidos em Abril
Foi-se um terço do ano. Assustador, não é? Esse mês trabalhei pesado em um artigo, comecei uma disciplina, adiantei uns filmes para gravações futuras e fui a pouquíssimas cabines. Vida que segue, abaixo estão os filmes assistidos durante o mês com links para as postagens e notas subjetivas. Helena Ignez A Miss e o Dinossauro (2005) ★★★★ Canção de Baal (2007) ★★★ O Bandido da Luz Vermelha (1968) ★★★½ Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha (2010) ★★★½ Feio, Eu? (2013) ★★½ Ralé (2016) ★★★½ A Garota do Calendário (2017) ★★★½ Liv Ullmann para Feito por Elas Encontros Privados (Enskilda samtal, 1996) ★★½ Infiel (Trolösa, 2000) ★★★ Miss Julie (2014) ★★★½ Céline Sciamma para Feito…
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Versões de um Crime (The Whole Truth, 2016)
Versões de um Crime é um drama de tribunal sobre uma mulher, Loretta (interpretada por Renée Zellwegger) cujo filho foi acusado de matar o próprio pai. O advogado da família, Ramsey (Keanu Reeves) defende o rapaz, juntamente com uma advogada mais jovem, Janelle (Gugu Mbatha-Raw). O filme não é um primor, mas é repleto de reviravoltas que deixam quem está assistindo hipnotizado pelo que acontece em cena. A direção é de Courtney Hunt, que ficou conhecida com o sucesso independente Rio Congelado (Frozen River, 2008).
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Janelas: Mal do Século
Depois de um tempo sem usar, resolvi voltar ao “Janelas”, espaço criado para quando não vou escrever detalhadamente sobre um filme, mas quero destacar apenas alguns aspectos visuais. O escolhido para esse retorno foi Mal do Século (Safe, 1995), dirigido por Todd Haynes. A alienação de Carol, a personagem interpretada por Julianne Moore é destacada pelos espaços vazios em torno dela e pela distância mantida em relação aos outros personagens.
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Praça Paris (2017)
Publicado originalmente em 3 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Dirigido por Lúcia Murat, Praça Paris tem como protagonista Glória (Grace Passô), que é ascensorista em uma universidade na cidade do Rio de Janeiro. Dos prédios de arquitetura marcante onde trabalha, é possível ver a favela onde reside: são duas cidades em uma só, dois territórios com leis diferentes e com diferentes perspectivas de trajetória para seus moradores. Glória convive com a violência, na forma do abuso sexual impingido pelo seu pai, desde muito cedo. Hoje visita sempre o irmão, Jonas (Alex Brasil), na cadeia, onde cumpre pena pelo seu envolvimento com o tráfico,…
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Construindo Pontes (2017)
Publicado originalmente em 3 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Sem ler nada a respeito do filme, apenas confiando na direção de Heloisa Passos (fotógrafa do recente Mulher do Pai), após as primeiras cenas me peguei pensando que se tratava de um documentário sobre grandes obras de engenharia, especialmente hidrelétricas, e no impacto que elas acarretam, especialmente nos modos de vida tradicionais. Não poderia estar mais errada. Mas certa também. As pistas entendidas de maneira errada vieram de gravações caseiras com que a diretora foi presenteada que mostram a ação dos explosivos nas cachoeiras de Sete Quedas, no que viria a ser a Usina…