Críticas e indicações,  Livros

Melhores livros lidos em 2017

Eu estou até com um pouco de vergonha de pensar nessa lista, porque não sei se li muitas coisas interessantes esse ano. Foram muitas leituras, mesmo, mas a maioria de artigos e capítulos isolados. Quadrinhos, mesmo, não li nada. Acho que foi a primeira vez em anos que não li nenhum livro do Calvin e Haroldo! Vamos aos destaques:

Ficção

Hibisco Roxo- Chimamanda Ngozi Adichie

Depois que entrei na fase da Chimamanda, não saí mais. Esse deve ser o melhor livro dela que eu li até agora, na minha opinião. Pesado, ele trata de ralações familiares, tradição e religião por meio da adolescente Kimbili, que se esconde em sua própria timidez para lidar principalmente com o pai, que encarna os elementos citados. Esse foi o primeiro romance da Chimamanda e já mostra todo seu talento. Aproveito para recomendar também o livreto Para Educar Crianças Feministas, que também li esse ano e é curtinho e muito bom. Gostei mais dele do que do Sejamos Todos Feministas.

Garota Exemplar- Gillian Flynn

No mínimo controverso. Amy Dunne é uma protagonista inteligente, ardilosa, vingativa, focada. Alguns podem entendê-la como uma vilã, mas para mim é uma anti-heroína se debatendo nos meandros das mentiras que criam o amor romântico e o casamento enquanto instituição. Já era apaixonada pelo filme de mesmo nome, dirigido por David Fincher, e agora o livro, com seu tom sardônico, me pegou de jeito.

O Conto da Aia- Margaret Atwood

Esse foi o ano de Margaret Atwood na cultura popular. Depois de assistir aos seriados Alias Grace e o próprio O Conto da Aia, decidi que estava na hora de começar a ler seus livros e comecei pelo segundo. Não me arrependi, porque realmente é uma obra fantástica. Criando um país dominado por um regime teocrático em que os direitos, principalmente reprodutivos, das mulheres são sequestrados para o benefício da nação, o livro é um distopia que incomoda por ser perto demais daquilo que nós já vemos ao nosso redor.

Não-Ficção

Diante da Dor dos Outros- Susan Sontag

Cheguei atrasada no bonde e esse é o primeiro livro da Susan Sontag que eu leio. Valeu muito a pena: ela trabalha com clareza suas noções sobre imagens de violência e sua capacidade de nos afetar.

A Câmara Clara- Roland Barthes

Merece ser lido em duplinha com o livro da Sontag, já que Barthes responde, rebate e critica alguns pontos importantes do livro dela. Dessa vez o autor aborda a fotografia, a memória e, também, o afeto.

Quadrinhos

Orange- Ichigo Takano

Vou falar a verdade: esse não é um mangá maravilhoso. É porque eu realmente não li ótimos quadrinhos durante o ano e esse foi o melhor deles. São cinco livrinhos rápidos de ler que contam a história de um grupo de amigos que recebem um carta deles mesmos no futuro com instruções para impedir a morte de um deles. É uma história sensível e que engaja quem lê.

Compartilhe
Share

Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

Um comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *