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Melhores livros lidos em 2021

Esse ano foi, entre altos e baixos, de muitas leituras, especialmente em virtude do Grupo de Leitura Feito por Elas (link para quem quiser fazer parte). Como todo ano, vou elencar aqui algumas das que mais gostei. E também aproveito para deixar linkado meu goodreads. Vamos à lista!

Quadrinhos:

Ninguém Vira Adulto de Verdade e A Louca dos Gatos, de Sarah Andersen

Tradução: André Czarnobai

Editora Seguinte (120 pág e 112 pág)

Eu sou louca pelos quadrinhos da Sarah Anderson, que acompanho há anos pelos instagram. Os livros são coletâneas do seu trabalho e são, claro, engraçadíssimos.

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Não-ficção:

Blade Runner Reloaded, de Vanni Codeluppi (Org.)

Editora Franco Angeli (120 pág)

Conjunto de artigos de autores como David Harvey, Alison Landsberg e Antonio Caronia, entre outros, que exploram os diversos aspectos que tornam Blade Runner (1982) o filme pós-moderno por excelência, das colagens culturais, passando pelo urbanismo às politicas dos corpos.

Il Cyborg: saggio sull’uomo artificiale, de Antonio Carona

Editora ShaKe (155 pág)

Como o título informa, o livro propõe um ensaio sobre o ciborgue, conforme o conceito de Donna Haraway, refletindo sobre corpo, tecnologia, imaginário e biopolítica.

Fritz Lang’s Metropolis: Cinematic Visions of Technology and Fear, de Michael Minden e Holger Bachmann (Ed.)

Editora Camden House

Coletânea de materiais sobre o Metrópolis (1927), de Fritz Lang, com conteúdo riquíssimo, que abarcar relatos dos bastidores da produção, críticas da época para as diferentes versões que chegaram aos cinemas e ensaios sobre os impactos posteriores.


Ficção:

A Assombração da Casa da Colina, de Shirley Jackson

Tradução: Débora Landsberg

Editora Alfaguara (200 pág)

Um grupo de voluntários com experiências passadas envolvendo fenômenos paranormais é convidado por um cientista para se hospedarem em uma casa com fama de mal-assombrada. Entre eles está Eleanor, uma mulher impressionável e solitária. A forma como os eventos são narrados nos fazem perder totalmente a noção de temporalidade e espacialidade naquele lugar. A única certeza é que a percepção das personagens sobre os acontecimentos não é confiável.

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A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula K. Le Guin

Tradução: Susana L. de Alexandria

Editora Aleph (296 pág)

Genly Ai é uma espécie de embaixador ou emissário de Ekumen, uma união intergalática para o avanço das ciências e conhecimentos. Sua missão é convencer os governantes dos povos do planeta Gethen a se unir à empreitada. Mas exista algo de diferente nesses povos: a maior parte do tempo eles não manifestam identidade de gênero da forma como as conhecemos, o que obriga Gethen a repensar o tempo todo a forma como lida com feminilidades e masculinidades. Um clássico da ficção feminista.

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As Águas-Vivas Não Sabem de Si, de Aline Valek

Editora Fantástica Rocco (296 pág)

Uma mergulhadora de profundidade, chamada Corina, é contratada para embarcar em um submarino como parte de um experimento científico. Submersa há mais de 3 mil metros de profundidade, ela testa um novo traje de mergulho. Mas a missão esconde outros objetivos que só vai descobrir depois. A escrita de Valek é ao mesmo tempo poética e hipnótica. Se esse livro tivesse sido escrito em língua inglesa, com certeza já teria uma adaptação para o cinema a caminho.

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A Telepatia São os Outro, de Ana Rüsche

Monomito Editorial (120 pág)

A protagonista é Irene, uma mulher com mais de 50 anos que perdeu a mãe e vai em uma viagem ao Chile, onde, em uma espécie de escola-fazenda, aprende a desenvolver a telepatia. A mistura entre as capacidades mentais das personagens e as possibilidades tecnológicas (e legais) da época em que vivemos desencadeia uma intriga internacional que me deixou grudada a cada página virada.

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Estação Perdido, de China Miéville

Tradução: José Baltazar Pereira Júnior e Fábio Fernandes

Editora Boitempo (608 pág)

Um ficção científica sobre corpos híbridos, relacionamento interespécies, inteligências artificiais sencientes, governos corruptos e milícias violentas. Uma experiência de leitura para lá de interessante.

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Flores Para Algernon, de Daniel Keyes

Tradução: Luisa Geisler

Editora Aleph (288 pág)

Charlie é um homem com deficiência intelectual que é escolhido para participar de um experimento pioneiro: uma nova cirurgia no cérebro que seria capaz de, gradativamente, ampliar seu QI, assim como do ratinho Algernon, com com compete em testes de desempenho. narrado em primeiro pessoa, o livro usa da linguagem para externar a expansão das capacidades linguísticas do protagonista, mas também seu choque ao perceber que muito daquilo que entendia do mundo não era verdade (e às vezes era melhor não saber disso). É muito triste.

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Kindred: Laços de Sangue, de Octavia Butler

Tradução: Carolina Caires Coelho

Editora Morro Branco (432 pág)

Uma história de viagem no tempo nada convencional. Dana é uma escritora negra no nosso momento contemporâneo e subitamente se vê levada ao Sul dos Estados Unidos no começo do século XIX, em contexto escravagista. Reiteradamente ela faz essa trajetória, de hoje para o passado, e tenta entender porque isso está acontecendo. Sua única certeza é que encontrou com antepassados seus e, para sua surpresa, um deles é um garoto branco. Ela precisa lutar para sobreviver naquele contexto hostil à sua existência, em uma narrativa que escancara, por meio da ficção científica, o legado da escravidão hoje. Se eu tivesse que escolher só uma, diria que essa foi a minha leitura preferida do ano.

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Sobre os Ossos dos Mortos, de Olga Tokarczuk

Tradução: Olga Baginska-Shinzato

Editora Todavia (256 pág)

A senhora Janina Dusheiko mora em uma região isolada da Polônia, em meio a florestas e seus habitantes do reino animal. Mas também de caçadores e extratores de pele, que por acaso começam a aparecer mortos, rodeados por pegadas dos bichos que costumam perseguir. Janina, junto com seu vizinho e outros amigos, passa a investigar as mortes. Escrito com humor afiado, o romance policial trabalha muito bem a relação entre humanos e animais.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisa corpo, gênero, sexualidade e cinema e é feminista.

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