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Mini-guia para o cinema de Mira Nair

Publicado originalmente em 06/11 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir com o projeto, assine aqui.


A recente eleição do jovem democrata Zohran Mandani como prefeito de Nova York gerou muita curiosidade sobre sua figura pública e sua vida. E com isso diversas pessoas descobriram que a primeira-mãe é a cineasta indiana Mira Nair. Aqui no Feito por Elas, ela já figurou em um de nossos primeiros podcasts e apareceu na nossa lista de Melhores Filmes da Década de 2000. Aproveitando a deixa, nada melhor do que conhecer um pouco mais do trabalho da diretora Mira Nair. Esse é um mini-guia para a filmografia dela:

Salaam Bombay! (1988): um filme de crescimento protagonizado por um menino chamada Krishna, que vive em uma favela de Mumbai e precisa pagar pela moto de seu irmão, que ele destruiu. Daquelas histórias tristes de infância em situação precária. Indicado ao Oscar de Melhor filme em Língua Estrangeira. 

Mississippi Masala (1991): sensível romance retrata a relação entre um homem negro estadunidense e uma mulher indiana e os reflexos do relacionamento resultante na sua comunidade. Estrelado por Sarita Choudhury e Denzel Washington e Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza, foi o filme que estouro a carreira de Nair no mercado internacional.

Um Casamento à Indiana (Monsoon Wedding, 2001): cinco histórias entrelaçadas em torno de um casamento arranjado em Nova Delhi, abordando amor, tradições, possibilidades de escolha, família e com um visual de encher os olhos. Indicado ao BAFTA e ao Globo de Ouro de Filme Estrangeiro. 

Feira das Vaidades (Vanity Fair, 2004): uma incursão na literatura ocidental, adaptando a obra de Thackeray com roteiro de Fellowes (de Downton Abbey) e atuação de Reese Witherspoon. O retrato de uma mulher ambiciosa que procura os melhores lugares da sociedade. O filme foi execrado na recepção, mas eu, que nunca li o livro, me diverti: farofinha boa.

Nome de Família (The Namesake, 2006): adaptado do livro O Xará, de Jhumpa Lahiri (recentemente lido no nosso Grupo de Leitura, retrata duas gerações de uma família. A primeira, um casal de indianos que migra da Índia para os Estados Unidos e depois o foco recai sobre o seu filho, já estadunidense. Conflito entre tradição e desejo de adaptar, um lindíssimo retrato de diáspora. 

Amelia (2009): uma cinebiografia de Emelia Earhart dirigida por Mira Nair e protagonizada por Hilary Swank: o que poderia dar errado? Aparentemente algumas coisas.  

Rainha de Katwe (Queen of Katwe, 2016): cinebiografia de Phiona Mutesi, uma jovem enxadrista ugandense que vai às Olímpiadas de Xadrez. Lupita Nyong’o interpreta a mãe da menina e David Oyelowo o seu treinador. Daquelas belas histórias de superação. Está disponível na Disney+.

Um Rapaz Adequado (A Suitable Boy, 2020): uma gracinha de minissérie em 6 episódios que se passa na década de 1950 e acompanha uma jovem universitária para quem a mãe deseja encontrar um marido, entremeando os conflitos sociais existentes na Índia na época. Destaque para a direção de arte deslumbrante e as atuações de Tanya Maniktala e da veterana Tabu. Está disponível na Netflix. 

Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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