• Críticas e indicações,  Filmes

    Releituras: novos olhares para antigas histórias

    Devido à pandemia de coronavírus, o ano de 2020 foi intensamente desafiador e não há dúvidas de que, diante de tanta crise, a necessidade principal dos novos tempos é se reinventar. Da reinvenção surgem, então, mudanças que apontam para novas versões e redefinições de uma série de processos e também de nós mesmos, numa busca por adaptação ao contexto e às tendências. Algo que o cinema, enquanto arte e entretenimento, sempre fez muito bem. Algumas narrativas clássicas e que marcaram época estão, ao longo da história, sendo atualizadas para novos públicos que demandam abordagens que acompanham as discussões contemporâneas e estéticas que evidenciam como técnica e linguagem têm se desenvolvido. …

  • Cinema,  Críticas e indicações,  Filmes

    Rainhas do Crime (The Kitchen, 2019)

    A música da abertura do filme dita o tom da história: “this is a men’s world” brada a versão da melodia de James Brown. É o final na década de 1970, em Hell’s Kitchen, na cidade de Nova York. Nesse mundo dos homens, três mafiosos são presos em uma ação do FBI, deixando suas esposas Kathy (Melissa McCarthy), Ruby (Tiffany Haddish) e Claire (Elisabeth Moss) sem um resguardo financeiro. A primeira é a esposa amorosa e mãe de dois filhos; a segunda, vítima de violência doméstica; e terceira precisa lidar cotidianamente com o racismo da família de seu marido branco. A máfia a que pertenciam prometeu cuidar delas mas o…

  • Críticas e indicações,  Seriados

    Mad Men

    Nenhuma novidade que Mad Men é uma excelente série, mas por incrível que pareça, não terminei de assistir ainda! Minha justificativa é que eu gosto tanto que economizo episódios para criar a ilusão de que nunca vai acabar… Além disso, sempre fico com uma sensação pesada (porém enriquecedora, claro) depois de assistir, e mantenho as reflexões e metáforas por dias a fio. Mad Men se passa nos anos 60, no mercado da publicidade e além de explorar o psicológico e as memórias do galã Don Draper (Jon Hamm), foca no cotidiano corporativo de duas mulheres: Peggy (Elisabeth Moss nunca foi premiada pelo papel, um crime) e Joan (Christina Hendricks), além das desventuras domésticas de…

  • Cinema,  Críticas e indicações,  Filmes

    The Square: A Arte da Discórdia (The Square, 2017)

    Postado originalmente em 9 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo  O aguardado vencedor da Palma de Ouro em Cannes é outra obra provocativa do cineasta sueco Ruben Östlund. Dessa vez seu alvo é o mercado da arte, representado aqui por Christian (Claes Bang), um diretor de museu extremamente preocupado com sua imagem pessoal e com a relevância midiática de seu local de trabalho. O primeiro ponto levantado pelo filme diz respeito ao que é a arte. Em determinado momento se pergunta: uma bolsa colocada em uma exposição é arte? Esse tipo de questionamento já é antigo e um tanto enfadonho: desde centenária…

  • Críticas e indicações,  Seriados

    The Handmaid’s Tale

    Baseado na ficção futurista distópica de mesmo nome escrita por Margareth Atwood, a série se passa em um contexto em que a taxa de fertilidade humana caiu vertiginosamente e as mulheres perderam seus direitos, dividindo-se entre esposas, empregadas e instrumentos de reprodução, as aias. A personagem principal é a Offred (Elisabeth Moss) que ocupa o último papel. As atuações são impecáveis, assim como a direção de arte e a fotografia. Seis dos oito episódios são dirigidos por mulheres, com destaque para Reed Morano, responsável pelos três primeiros.