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[48ª Mostra de São Paulo] O Senhor dos Mortos (The Shrouds)

Este texto faz parte da cobertura da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro. Publicado originalmente na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir, assine aqui.

O Senhor dos Mortos (The Shrouds, França, Canadá, 2024, Ficção, cor 116 min)

Direção: David Cronenberg

Sinopse: Karsh tem 50 anos e é um empresário renomado. Inconsolável desde a morte da esposa, ele inventa a GraveTech, uma tecnologia revolucionária e controversa que permite aos vivos monitorar entes queridos em suas mortalhas. Certa noite, vários túmulos são violados, incluindo o da companheira falecida de Karsh. Ele então sai à procura dos culpados.

Comentário: Eu amo Cronenberg. Tenho uma conexão profundamente pessoal com a estética e com os temas caros ao cineasta. Por isso, não fico admirada com a estranheza que seu novo filme me provoca. O que estranho é ter sido só isso. Para um filme sobre luto, impressiona a frieza. Além disso, a verborragia expositiva, interpretada de maneira monotônica, não é convidativa. Ele, que tantas vezes abordou a carne-máquina em sua filmografia, dessa vez se apega a uma tecnologia que é abstração. Máquina-morte. Paranoia, conspiração, espionagem, voyeurismo, sexo, decomposição. O orgânico agora decai. São tantas as explicações e, afinal, não evoca muita coisa para além de uma enorme sensação de esterilidade.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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