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[48ª Mostra de São Paulo] Tudo Que Imaginamos Como Luz (All We Imagine as Light)

Este texto faz parte da cobertura da 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 17 e 30 de outubro. Publicado originalmente na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir, assine aqui.

Tudo Que Imaginamos Como Luz (All We Imagine as Light, França, Índia, Holanda, Luxemburgo, 2024, Ficção, cor, 115 min)

Direção: Payal Kapadia

Sinopse: Em Mumbai, a rotina da enfermeira Prabha se transforma quando ela recebe um presente inesperado do ex-marido. Sua colega de quarto, a jovem Anu, tenta em vão encontrar um lugar na cidade onde possa ter alguma intimidade com o namorado. Uma viagem ao litoral permite que eles encontrem um espaço para que seus desejos se manifestem. Vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Cannes.

Comentário: Na Índia, todos os destinos convergem em Mumbai. A cineasta entrelaça com delicadeza as trajetórias de três mulheres que levam suas vidas com as ausências e presenças de homens. O marido trabalhando na Alemanha que não manda notícias há mais de ano. O colega de trabalho que deseja ser algo mais. O namorado de outra religião. O pai que deseja arranjar um casamento. O marido que faleceu e não deixou nenhuma prova de posse da casa. São cobranças e negociações com tradições e costumes. Cada uma precisa encontrar seus caminhos e isso implica em deslocamentos. Um filme que toma o tempo necessário para que possamos entender todas as forças que atam em torno delas e parecem tentar aprisioná-las a convenções. As luzes rosas combinam com a doçura do desfecho e sensação de leveza e alegria que ele proporciona.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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