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Abraccine elege melhores curta-metragens brasileiros de todos os tempos
Os membros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) votaram e escolheram os 100 melhores filmes brasileiros em curta metragem da história. O vencedor foi Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado. Entre esses 100, 13 foram dirigidos ou co-dirigidos por mulheres, sendo eles: 9º A entrevista (1966), de Helena Solberg 27º Guaxuma (2018), de Nara Normande 37º O duplo (2012), de Juliana Rojas 50º Praça Walt Disney (2011), de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira 59º Torre (2017), de Nádia Mangolini 64º Lacrimosa (1970), de Aloysio Raulino e Luna Alkalay 70º Mulheres de cinema (1976), de Ana Maria Magalhães 71º Kbela (2015), de Yasmin Thayná 83º Kyrie ou o…
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Varda por Agnès (2019)
No dia 29 de março último, Varda nos deixou, cedo demais, aos 90 anos de idade. Mas, apesar de ter partido, ficamos com um legado de obras para ver, rever, imergir e refletir. Varda era uma artista de alma sensível, que capturou pequenos detalhes de coisas que talvez passassem desapercebidas para outra pessoa e criou poesia a partir deles. Suas obras têm uma visão muito única de política, de estética e de afeto. Sua ficção trabalha com questões de gênero do cotidiano (mas não só isso) e desafia o que é dado. Seu documentário se encanta com as pessoas comuns, suas rotinas e suas lutas. Ambos estão sempre embaralhados: há…
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Sansa Stark e o ódio pelo feminino
Em Game of Thrones, tanto nos livros como na série, Sansa Stark (interpretada por Sophie Turner) sempre foi uma personagem odiada pelo público em geral. Agora, com o avançar das temporadas e a evolução dos personagens, fica claro que sua trajetória de crescimento é uma das mais coerentes, sem mudar quem ela sempre foi. O ódio por ela sempre foi pautado em misoginia e repúdio por tudo que é tradicionalmente feminino. Sansa, que no começo da história nos livros tem onze anos, foi desprezada (e apelidada de “Sonsa”) basicamente porque gostava de bolos de limão, de vestidos bonitos e de fazer bordados, sonhando com um casamento futuro. Mas Sansa era…
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Loja de Unicórnios
Segundo a Wikipedia, “A geração Y (também chamada geração do milênio, geração da internet, ou Millennials) é um conceito em Sociologia que se refere à corte dos nascidos após o início da década de 1980 e até ao final da década de 1990″. Muito se fala sobre os millennials e as pessoas tendem a colocar a conta dos estereótipos no mais jovens, quando na verdade somos as pessoas entre 20 e 40 anos. Nós crescemos em um Brasil redemocratizado, alguns de nós vimos a queda do muro de Berlim, a abertura para as importações, a múltiplas trocas de moedas, a sociedade mudando gradativamente. Provavelmente muitos de nós também foram incentivados a…
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Vingadores: Ultimato (2019)
Contém spoilers moderados! Eis que onze anos depois do lançamento de Homem de Ferro, filme que deu início ao chamado Universo Cinematográfico Marvel ou, simplesmente, MCU, chegamos a esse filme que funciona como um desfecho para a jornada do grupo de heróis. Foram vinte e dois filmes e nesse ritmo é difícil dizer que ainda há empolgação em cada um dos lançamentos. Mas certamente Guerra Infinita (2018) conseguiu, com o impacto das consequências das ações perpetradas e o reconhecimento de Thanos como o vilão de peso que ele é, se destacar em meio aos demais, dando uma dimensão ainda mais humana aos heróis e um senso de perda em relação…
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Queer Eye
Não tenho assistido a muitos filmes nos últimos tempos, porque estou num momento tenso com a minha tese (quem me segue no twitter já deve ter percebido). Mas minha singela recomendação hoje, sem muitas palavras, é o reality show Queer Eye. Ele é uma versão revista do Queer Eye for the Straight Guy, que foi ao ar entre 2003 e 2007. Começou em 2018 e já tem três temporadas disponíveis na Netflix, cada uma melhor que a anterior. Trata-se daqueles programas de transformação: os protagonistas são cinco homens gays especialistas em atividades específicas. Bobby cuida da arquitetura e decoração, Tan das roupas e estilo, Jonathan cabelo e cuidados de beleza, Karamo da cultura (mas às vezes parece…
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Tatuagem (2013)
Essa crítica foi escrita em outubro de 2017 para um módulo que ministrei do curso A Crítica de Cinema por Dentro, realizado no SESC. Depois da abertura ruidosa em que vemos um mestre de cerimônias apresentando o grupo de teatro Chão de Estrelas, o silêncio. Fininha (Jesuita Barbosa), um dos protagonistas, aparece visualmente aprisionado entre as grades das camas de ferro do quartel onde serve, sentado enquanto seus colegas ainda dormem. A dualidade entre o caos e a ordem será uma constante em Tatuagem, que é bonito nas diversas facetas que a palavra pode expressar ao ser aplicada a um filme. Trata-se do primeiro trabalho de direção de Hilton Lacerda,…
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Shazam! (2019)
Mais um filme de super-herói nos cinemas. Imagino que pouca gente dê conta de se manter em dia com todos, especialmente em virtude da semelhança na estrutura de roteiro, que acaba por tornar enfadonhos tantos deles. Mas no meio desse mar de filmes iguais, sempre tem um outro que optam por fugir dos moldes, um pouco que seja. Considero que Shazam seja um desses casos. Enquanto tantos têm apostado na seriedade (e não que seja um problema, eu mesma gosto muito do peso apresentado em Vingadores: Guerra Infinita) Shazam chega para nos lembrar que esses personagens nasceram gibis. Gibis esses que eram escritos para crianças, por mais que gerações cresceram…
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Parks & Recreation
A série acabou em 2015, após sete temporadas, mas depois de ano enrolando, finalmente consegui assistir às temporadas finais, sendo que todas estão disponíveis na Amazon Prime. Parks and Recreation começou como uma espécie de spin off de The Office, mas, na minha opinião, mostrou-se mais engraçada e fácil de gostar que a original. A premissa é similar: tirar humor do cotidiano do trabalho, dessa vez em um órgão público de uma pequena cidade de interior: o departamento de parques e recreações de Pawnee. A protagonista é Leslie Knope, dedicada servidora pública, levemente viciada em trabalho, sempre tentando buscar as melhores soluções para sua cidade. Os colegas completam a equipe…
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Dumbo (2019)
Vindo na esteira de outras reimaginações em live action de clássicos dos estúdios Disney, como Malévola, Cinderela e A Bela e A Fera, Dumbo chega aos cinemas trazendo uma nova versão da história do bebê-elefante que pode voar. Dirigido por Tim Burton, com roteiro de Ehren Kruger, o filme se passa no pós-guerra em 1919, no circo de Max Medici (Dany DeVito), que comprou uma elefanta grávida com o intuito de lucrar com as apresentações do futuro bebê. Ele afirma que em um circo é necessário ser prático, fala que parece entrar em choque com a própria ideia de espetáculo que se propõe a realizar. A decadência do local, tanto…