Críticas e indicações
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Sense8: o final
[Esse texto foi originalmente postado na newsletter quinzenal enviada para madrinhas e padrinhos do Feito por Elas, em 10/06/2018, na sessão de recomendações do que assistir na Netflix]. Nem comecei a escrever e já estou com vergonha (não-alheia, própria mesmo). Acabei de ver o episódio final de Sense8, seriado criado pelas irmãs Wachowski e que será a indicação da Netflix dessa quinzena. E com “acabei” quero dizer acabei mesmo, só saí da frente da TV e peguei o computador. Ainda tem lágrimas correndo no meu rosto. Costumo me apegar demais a seriados quando me envolvo com os personagens. Lembro o tanto que chorei, deitada no sofá, ainda na casa dos meus…
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As Boas Maneiras (2017)
Publicado originalmente em 3 de novembro como parte da cobertura da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Juliana Rojas e Marco Dutra já há muito mostram que em se tratando de cinema de gênero, eles sabem o que estão fazendo. Os curtas já eram um indício, mas o longa Trabalhar Cansa foi a confirmação, bem como os trabalhos solo em Sinfonia da Metrópole e Quando Eu Era Vivo. Sempre mesclando o terror com outros gêneros, aqui trazem uma fábula sobre trabalho, cidade, relacionamentos e, claro, maternidade: temas que já haviam sido trabalhados em filmes anteriores. Ana (Marjorie Estiano) é uma mulher que já passou da 20ª semana de gestação…
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Hard Knock Wife
Dessa vez a dica é da Netflix mas não é filme nem série. Eu não sei você, mas não tenho muito hábito de assistir stand up comedy, embora já tenha tentado ver alguns. Mas há alguns anos a Netflix me sugeriu assistir Baby Cobra, apresentação da comediante Ali Wong, e gostei bastante, com algumas ressalvas. Agora ela está de volta com mais um show, chamado Hard Knock Wife. Ali, que é sino-vietnamita-americana, não se furta a fazer piadas sobre estereótipos raciais, ainda fala, como no programa anterior, sobre sua vida sexual, mas dessa vez o foco de seus comentários mordazes recai em casamento e em maternidade, já que de lá pra cá…
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DEADPOOL 2
Super-heróis raramente me atraem. Gosto da Mulher-Maravilha, mas sempre achei os anti-heróis muito mais fascinantes. Cresci entre reprises d’O Máskara, adorava também O Corvo, o Pinguim e os Coringas do Batman. Minha gata preta se chama Selina em homenagem à Mulher Gato e já me fantasiei de Arlequina 2x. Eu costumava colocar Deadpool na […] https://stephaniaamaral.wordpress.com/2018/05/16/deadpool-2/...
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Em Noite de Climão – Letrux
Minha dica pra vocês nesta quinzena se chama Letícia Novaes (sigam no Insta!). Se ainda não são familiarizades com este nome, parem o que estiverem fazendo e comecem ouvindo o álbum Em Noite de Climão, da nova banda dela, Letrux (dei mais detalhes no meu blog, confiram na sessão jabá). Mas por favor, não atravessem a rua sem conhecer esta mulher! Letícia estudou teatro, mas começou a ser mais famosa por sua primeira incursão musical, o duo de MPB com Lucas Vasconcellos chamado Letuce(clique para ouvir no Spotify). É ainda escritora, tendo lançado seu livro de poemas Zaralha. Abri minha pasta em 2015 (publicado pela Editora Guarda-Chuva), além de muchas otras cositas más! Tive o imenso prazer de conhecê-la pessoalmente depois do show da Letrux…
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As Vozes (The Voices, 2014)
Retorna ao catálogo da Netlflix a comédia (?) de humor ácido As Vozes, dirigida por Marjane Satrapi e sobre a qual já conversamos em um podcast anterior. O filme trata, de forma absurda, a história de um homem que acredita ouvir seus animais conversando consigo e passa a seguir as sugestões deles quando se trata de suas ações. Ryan Reynolds, que interpreta o protagonista, consegue segurar o tom cômico na medida em que o macabro se instala e como temos, inicialmente, seu ponto de vista, é fácil considerá-lo um personagem simpático. Conforme a história avança, novas camadas são acrescentadas. Embora divida opiniões, acredito que Satrapi consegue lidar com o material controverso…
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Filmes assistidos em Abril
Foi-se um terço do ano. Assustador, não é? Esse mês trabalhei pesado em um artigo, comecei uma disciplina, adiantei uns filmes para gravações futuras e fui a pouquíssimas cabines. Vida que segue, abaixo estão os filmes assistidos durante o mês com links para as postagens e notas subjetivas. Helena Ignez A Miss e o Dinossauro (2005) ★★★★ Canção de Baal (2007) ★★★ O Bandido da Luz Vermelha (1968) ★★★½ Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha (2010) ★★★½ Feio, Eu? (2013) ★★½ Ralé (2016) ★★★½ A Garota do Calendário (2017) ★★★½ Liv Ullmann para Feito por Elas Encontros Privados (Enskilda samtal, 1996) ★★½ Infiel (Trolösa, 2000) ★★★ Miss Julie (2014) ★★★½ Céline Sciamma para Feito…
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O livro de Lilith, de Bárbara Black Koltuv
Ser convidada pela Isabel para integrar o Feito por Elas fez com que eu me tornasse muito do que sou hoje e a descoberta de trabalhos de cineastas mulheres foi além do Podcast. Tenho uma disciplina no Cefet sobre diretoras brasileiras e estudo o filme de uma delas em minha dissertação: O Despertar de Lilith, de Monica Demes, entrevistada por mim em um de nossos Drops. A Michelle, que inclusive descobriu a película, sentiu minha obsessão pelo tema e me enviou O livro de Lilith: O Resgate do Lado Sombrio do Feminino Universal, parte da coleção Biblioteca Psicologia e Mito da Editora Cultrix. A autora, a psiquiatra Bárbara Black Koltuv, apresenta uma…
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Versões de um Crime (The Whole Truth, 2016)
Versões de um Crime é um drama de tribunal sobre uma mulher, Loretta (interpretada por Renée Zellwegger) cujo filho foi acusado de matar o próprio pai. O advogado da família, Ramsey (Keanu Reeves) defende o rapaz, juntamente com uma advogada mais jovem, Janelle (Gugu Mbatha-Raw). O filme não é um primor, mas é repleto de reviravoltas que deixam quem está assistindo hipnotizado pelo que acontece em cena. A direção é de Courtney Hunt, que ficou conhecida com o sucesso independente Rio Congelado (Frozen River, 2008).
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Janelas: Mal do Século
Depois de um tempo sem usar, resolvi voltar ao “Janelas”, espaço criado para quando não vou escrever detalhadamente sobre um filme, mas quero destacar apenas alguns aspectos visuais. O escolhido para esse retorno foi Mal do Século (Safe, 1995), dirigido por Todd Haynes. A alienação de Carol, a personagem interpretada por Julianne Moore é destacada pelos espaços vazios em torno dela e pela distância mantida em relação aos outros personagens.