Críticas e indicações

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    41ª Mostra de São Paulo parte 1: dirigidos por mulheres

    Entre os dias 19 de outubro e 1º de novembro, São Paulo recebeu a 41ª edição da Mostra Internacional de Cinema. Ao todo foram 394 títulos, entre longas, curtas e até mesmo 19 obras de realidade virtual, exibidos em 31 salas diferentes. As obras são variadas e a seleção inclui temáticas contemporâneas como relações de gênero, a questão dos refugiados e os problemas ambientais. Dentre as obras selecionadas, 98 são dirigidas por mulheres, incluindo 21 diretoras brasileiras. A cineasta belga Agnès Varda foi homenageada com o Prêmio Humanidade e recebeu uma retrospectiva com 10 filmes sendo exibidos. O diretor francês Paul Vecchiali também foi agraciado com o Prêmio Leon Cakoff…

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    Blade Runner 2049 (2017)

    Então Deus lembrou-se de Raquel. Deus ouviu o seu clamor e a tornou fértil. (Gênesis 30:22) Los Angeles, 2049: uma cidade cinza, chuvosa, mas com menos neon do que alguns anos antes. Como o próprio nome indica, Blade Runner 2049 se propõe a ser uma sequência do clássico de 1982, cuja narrativa se passa cerca de três décadas depois. Se aquele era dirigido por Ridley Scott, esse fica nas mãos de Denis Villeneuve. O roteiro, por sua vez, tem autoria dividida entre Hampton Fancher, que também roteirizou o primeiro filme, e Michael Green, responsável pelo argumento de Alien: Covenant. E isso explica muita coisa, conforme discorrerei abaixo. Em Blade Runner, Deckard (Harrison…

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    Ruby Sparks (2012)

    Ruby Sparks, 2012 (Dir.: Jonathan Dayton e Valerie Faris) Na trama escrita pela também protagonista Zoe Kazan (da famosa família de cineastas), Calvin Weir-Fields (Paul Dano) é um jovem escritor aclamado por seu primeiro romance, lançado há 10 anos. A insegurança de Calvin – e os consequentes bloqueios de escrita, além do trauma do abandono depois da morte do pai – o levou a se consultar com um psicólogo, que o instiga a preencher uma página – “de preferência muito ruim” – contando sobre os seus devaneios com uma misteriosa garota. Leia texto completo aqui.

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    Transparent

    Transparent (2014) é um seriado criado, roteirizado e parcialmente dirigido pela Jill Soloway. A protagonista (interpretada por Jeffrey Tambor), é uma mulher trans judia que assume sua transgeneridade depois dos 60 anos. Embora haja esse problema de um ator cisgênero interpretando uma personagem transgênero, toda a trama é tratada de forma muito delicada e existem, também personagens secundárias interpretadas, aí sim, por atrizes trans. Mas o foco da narrativa não é nas mudanças na vida da protagonista e em todas as experiências novas que ela tem: elas são plano de fundo para a dinâmica familiar, mostrando a sua relação com a ex-esposa e com seus filhos, bem como os problemas pessoais da família como…

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    Filmes assistidos em setembro

    Fim de mês e sigo tendo pouco tempo pros filmes que não sejam para pauta ou algo relacionado. Além de alguns lançamentos (links nos títulos) esse mês escrevi sobre os museus enquanto espaço de validação artística e o que isso implica (esse texto foi postado muito antes de toda a polêmica atual envolvendo museus e exposições e portante, nem toquei nesse tema). Também concluí meu segundo ano de projeto #52FilmsByWomen e escrevi sobre os resultados dessa experiência. Agora dou por início o terceiro ano. Seguem abaixo os filmes assistidos no mês com suas respectivas notas subjetivas. Não esquece de me seguir no letterboxd! 52 Filmes por Mulheres: Cemitério Maldito (Pet…

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    #52FilmsByWomen ano 2: a conclusão

    Em 1º de outubro de 2015 eu comecei o desafio #52FilmsByWomen (ou 52 Filmes por Mulheres). Senti que precisava conhecer mais filmes que fugissem de um olhar androcentrado e que existiam muitas mulheres com filmografias incríveis para desbravar. Ontem concluí, portanto, o segundo ano do desafio. No primeiro foram 72 longas assistidos e dessa vez foram 91. Somo assim, 163 longas em dois anos, que sobem para 185 quando levo em conta os curtas, mas esses não estou computando na minha “contagem oficial”. É claro que o aumento no número se deve à continuidade do trabalho no Feito por Elas. Também escrevi sobre a questão do trabalho dessas cineastas em…

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    What Happened, Miss Simone? (2015)

    What Happened, Miss Simone? (2015), dirigido por Liz Garbus, é um retrato intenso da carreira da cantora e militante que dá nome ao documentário, mostrando sua ascensão e seus percalços políticos, bem como as violências de gênero sofridas em relacionamento abusivo com o marido. Uma figura multifacetada, talentosa e interessantíssima, vale a pena conhecer mais sobre ela. 

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    Mãe! (Mother!, 2017)

    O novo filme do cineasta Darren Aronofsky, Mãe!, é compreensivelmente divisivo, mas o mínimo que se pode dizer é que não é uma obra da qual se escapa indiferente. Intenso e com um uso de imagens fortes, o filme enreda o espectador em uma trama que se apresenta na forma de camada sobre camada de alegorias. Em sua superfície nós temos uma história de casal: ela (Jennifer Lawrence) é casada com um escritor (Javier Barden). Eles moram em uma casa antiga, que pertencia a ele e que ela está reformando aos poucos, cômodo por cômodo. Ela acorda e passeia pela casa em busca dele, com uma camisola branca transparente. Os…

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    Pendular (2017)

    When the routine bites hard And ambitions are low And the resentment rides high But emotions wont grow And were changing our ways, Taking different roads Then love, love will tear us apart again (Love will tear us apart- Joy Division) Em seu novo filme, a cineasta Júlia Murat se debruça sobre um ambiente de proximidade, retratando um casal de artistas. A protagonista sem nome (Raquel Karro), bailarina, se muda com seu companheiro (Rodrigo Bolzan), escultor, para um enorme galpão de indústria. O espaço é logo transformado em lar, com os objetos pessoais do casal dispostos em prateleiras cuidadosamente etiquetadas por ele. O roteiro assinado por Murat e Matias Mariani…