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#52FilmsByWomen ano 2: a conclusão

Em 1º de outubro de 2015 eu comecei o desafio #52FilmsByWomen (ou 52 Filmes por Mulheres). Senti que precisava conhecer mais filmes que fugissem de um olhar androcentrado e que existiam muitas mulheres com filmografias incríveis para desbravar. Ontem concluí, portanto, o segundo ano do desafio. No primeiro foram 72 longas assistidos e dessa vez foram 91. Somo assim, 163 longas em dois anos, que sobem para 185 quando levo em conta os curtas, mas esses não estou computando na minha “contagem oficial”. É claro que o aumento no número se deve à continuidade do trabalho no Feito por Elas. Também escrevi sobre a questão do trabalho dessas cineastas em relação ao orçamento que têm disponível.

Alguns desses filmes foram revisões, muitos deles para o próprio podcast. Foi bom poder rever Persépolis (2007, Marjane Satrapi), A 13ª Emenda (13th, 2016, Ava DuVernay), Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2014, Ava DuVernay), Mensagem para Você (You’ve Got Mail, 1998, Nora Ephron) e As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, 1999, Sofia Coppola), entre outros.

Finalmente conheci o trabalho de Ida Lupino, uma daquelas pioneiras que a gente só pode agradecer pela existência. Tive a alegria de entrevistar Júlia Murat e Eliane Caffé, que me encantaram com seus trabalhos, além de Cristiane Oliveira, de quem já aguardo novos filmes. Me entusiasmei com Chantal Akerman, Claire DenisSarah Polley. Me encantei com a criatividade de Juliana Rojas e e me apaixonei tanto por Maya Deren que Maya se tornou o nome da cachorrinha que adotei no começo do ano. (Melhor homenagem, convenhamos!)

O que esse desafio segue me proporcionando é uma diversidade de narrativas, com filmes dos cinco continentes protagonizados por personagens de diversas etnias, meios sociais e perspectivas de mundo, com pontos de vista autobiográficos, biográficos e descolados desse contexto. Narrativas documentais e ficcionais, filmes água com açúcar, engraçados, inspiradores, intensos e dolorosos. Tudo isso mostrando, mais uma vez, que há um mundo muito maior no cinema do que a narrativa dramática tradicional que gira em torno do homem branco heterossexual.

Novamente vou listar aqui os filmes que mais gostei de ter visto pela primeira vez. Tomei a liberdade de aumentar de 10 para 15 (devido ao grande número de filmes maravilhosos). Estão ordenados cronologicamente, porque sou incapaz de ranqueá-los. Como algumas diretoras se destacaram no meu coração, também optei por só incluir um de cada uma.

Melhores filmes (ordem cronológica):

Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce 1080 Bruxelles (1975, Chantal Akerman)

Sonho de Valsa (1987, Ana Carolina)

Chocolat (1988, Claire Denis)

Caramelo (Sukkar banat, 2007, Nadine Labaki)

Floresta dos Lamentos (Mogari no mori, 2007, Naomi Kawase)

Entre o Amor e a Paixão (Take This Waltz, 2011, Sarah Polley)

Trabalhar Cansa (2011, Juliana Rojas)

A Viagem (Cloud Atlas, 2012, Lana e Lily Wachowsky)

Hannah Arendt- Ideias Que Chocaram o Mundo (Hannah Arendt, 2012, Margaret von Trotta)

As Vozes (The Voices, 2014, Marjane Satrapi)

The Fits (2015, Anna Rose Holmer)

Grave (2016, Julia Ducournau)

Era o Hotel Cambridge (2016, Eliane Caffé)

Mulher Maravilha (Wonder Woman, 2017, Patty Jenkins)

O Estranho que Nós Amamos (The Beguiled, 2017, Sofia Coppola)

Melhores documentários:

Histórias que Contamos (Stories We Tell, 2012, Sarah Polley)

The Barkley Marathons: The Race That Eats Its Young (2014, Annika Iltis)

As Mulheres que Ele Despiu (Women He’s Undressed, 2015, Gillian Armstrong)

Não é um Filme Caseiro (No Home Movie, 2015, Chantal Akerman)

Waiting for B. (2015, Abigail Spindel)

Et la femme créa Hollywood (2016, Clara Kuperberg, Julia Kuperberg)

Weiner (2016, Elyse Steinberg)

Divinas Divas (2016, Leandra Leal)

Bright Lights: Starring Carrie Fisher and Debbie Reynolds (2016, Alexis Bloom)

Laerte-se (2017, Lygia Barbosa e Eliane Brum)

Mais uma vez essa foi uma experiência incrível e cheia de boas descobertas. Quem quiser acessar a lista completa de filmes assistidos no desafio esse ano bem como suas notas, clique aqui. O primeiro ano também está disponível, bem como a avaliação. E estou pronta para começar a o terceiro ano de desafio!

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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