Críticas e indicações
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Tempestade de Areia (Sufat Chol, 2016)
Tempestade de Areia (Sufat Chol, 2016), dirigido por Elite Zexer, é um filme israelense vencedor do prêmio do juri de melhor filme internacional em Sundance e de vários outros prêmios. Nele, uma mulher beduína lida com o novo casamento de seu marido com uma esposa mais jovem, ao mesmo tempo em que sua filha está apaixonada por um colega de faculdade, mas não pode casar-se com ele devido às tradições.
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Boa Sorte (2014)
Há três anos, época em que eu nem reparava tanto quando o filme era dirigido por mulher, escrevi no meu blog sobre o ótimo Boa Sorte (2014), longa nacional de Carolina Jabor com roteiro de Jorge Furtado (Ilha das Flores). “Se você limpa sua sujeira e paga suas contasm por enlouquecer à vontade””, diz Judite, porsonagem de Deborah Secco em um dos melhores momentos da sua carreira. A trama sobre dias árduos de reabilitação e amor fora dos padrões conta ainda com a rainha Fernanda Montenegro – que fuma um baseado em cena!- e com João Pedro Zappa.
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Filmes Assistidos em Julho
Estou fora de casa, em um Seminário em Florianópolis e mais uma vez foi um mês fraco em quantidade de filmes, mas cheio de filmes dirigidos por mulheres. Com 10 meses da minha segunda rodada do desafio 52 Filmes por Mulheres (52 Films by Women), já a assisti 75 longas. Sem mais para o momento, só preciso dizer que quero férias! 52 Filmes por Mulheres: Quase Dezoito (Edge of Seventeen, 2016) ★★★½ The Fits (2015) ★★★★½ Divinas Divas (2016) ★★★★ O Zoológico de Varsóvia (The Zookeeper’s Wife, 2017) ★★★ Mate-me Por Favor (2015) ★★★½ Precisamos Falar do Assédio (2016) ★★★½ To Walk Invisible: The Brontë Sisters (2016) ★★★★ Rita Azevedo Gomes para Feito por Elas: O…
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A Cor Púrpura
Intenso e tocante, A Cor Púrpura é a segunda indicação dessa quinzena. Escrito pela escritora e ativista Alice Walker, ele conta a trajetória de Celie, uma menina que começa a história com catorze anos, em busca de sua própria voz. Já casada, ela é auxiliada por Shug Avery, uma mulher livre, cantora e dona de sua própria vida, que se torna sua amiga e amante. Esse é um dos casos em que a adaptação cinematográfica não chega aos pés da obra original. Whoopi Goldberg, em seu primeiro papel, é perfeita retratando a doçura da protagonista, mas a sororidade é enfraquecida, as descobertas sexuais ignoradas, e a violência sofrida pelas mulheres tratada de…
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Hibisco Roxo
A essa altura é provável que você que nos lê já tenha entrado em contato com a literatura de Chimamanda Ngozi Adichie, seja através do seu manifesto Sejamos Todos Feministas, seja do best-seller Americanah (cujo rumor sobre a adaptação para o cinema circula há tempos, supostamente com Lupita Nyong’o no papel principal). E embora eu goste muito deles, vou deixar a indicação do menos badalado Hibisco Roxo. Trata-se de um romance de incrível delicadeza, que gira em torno da vida da adolescente Kambili, cuja família de grandes posses tem papel de destaque na sociedade local. Mas ela vive presa a uma rotina de rigor e violências nas mãos de seu pai, rotina essa…
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Belle (2013)
Se você gosta de romances de época, novelas de costumes e/ou filmes baseados em fatos reais, Belle, dirigido por Amma Asante, é um prato cheio. É um filme baseado na história de Belle, uma jovem negra criada por seu tio aristocrata e branco. A trama se desenrola na Inglaterra do século XVIII, onde apesar de seus privilégios de classe, é confrontada com racismo cotidiano. A atriz que interpreta o papel principal é a maravilhosa Gugu Mbatha-Raw, que foi desperdiçada em A Bela e a Fera como Plumette (um espanador na maior parte do filme), mas em breve retorna como Dra. Kate Murry em Uma Dobra no Tempo, dirigido por Ava DuVernay.
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Middle of Nowhere (2012)
Midlle of Nowhere (2012) foi o segundo longa de Ava DuVernay e também participou de uma série de premiações, das quais se destacam a indicação ao grande prêmio do júri e a vitória de melhor direção dramática em Sundance e indicação de melhor atriz, melhor ator coadjuvante e melhor atriz coadjuvante no Film Independent Spirit Awards, onde também venceu o prêmio John Cassevetes, conferido a obras com orçamento menor que 500 mil dólares. A trama mostra a trajetória de Ruby, uma mulher que abandona sua faculdade para conseguir acompanhar o marido que foi preso.
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Pariah (2011)
A protagonista de Pariah é Alike, uma jovem negra e lésbica que se divide entre as diversas facetas de sua vida, negociando espaços e aceitação. A atuação de Adepero Oduye no papel principal é um dos pontos fortes do filme, assim como a sinceridade e força colocada na sua trajetória dentro da narrativa. Primeiro longa escrito e dirigido pela cineasta Dee Rees, é um filme verdadeiro e que demonstra o seu potencial.
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Tomboy (2011)
Após uma mudança de endereço, uma criança chamada de Laure pela família mas que se apresenta como Mickäel (com interpretação incrível de Zoé Herán) para os novos amiguinhos vê aí a oportunidade de começar do zero seu círculo social, a forma como estrutura sua rotina e a maneira como as demais crianças a enxergam. Esse é o ponto de partida de Tomboy (2011), um drama doce escrito e dirigido por Céline Sciamma e que trata de questões sobre infância, identidade e noção de si quando se cresce um mundo tão binariamente generificado como o nosso.
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De Gravata e Unha Vermelha (2015)
Na vibe das comemorações do orgulho LGBT em junho, aproveito para indicar fortemente o documentário De Gravata e Unha Vermelha (2015), escrito e dirigido por Miriam Chnaiderman, com depoimentos de Laerte Coutinho, Rogéria, Ney Matogrosso e Dudu Bertholini, apenas para citar alguns dos nomes mais relevantes. Em meio às emocionantes histórias da vocalista Candy Mel, da Banda Uó, trechos de apresentações ao vivo do grupo coroam de forma pontual a trilha sonora do filme Cada um deles discute experiências de transexualidade e crossdressing e das conversas surge um maior entendimento dessas questões, o que proporciona um rompimento de preconceitos e confusões entre identidade de gênero e preferência sexual, no caminho para o…