Críticas e indicações,  Seriados

Maravilhosa Sra. Maisel

A segunda dica dessa semana também é de streaming, mas não é da Netflix. Aproveitei a promoção da Amazon, que está R$6,90 nos primeiros seis meses. O catálogo de filmes não é ruim, só que meio que são filmes que a maioria das pessoas já viram. Agora, os seriados originais estão bastante interessantes por enquanto. [Obs: Não é jabá, mas se quiser, patrocina a gente, Amazon!]
Entre as boas descobertas está The Marvelous Mrs. Maisel, uma série escrita e dirigida por Amy Sherman-Palladino (de Gilmore Girls) que é uma espécie de mistura de Mad Men com Pushing Daisies. Do primeiro herda a ambientação: se passa em uma Nova York nos anos 50, em que Midge, a personagem título tem o casamento dos sonhos com seu namorado da faculdade, dois filhos e uma apartamento em um bairro caro. Do segundo toma emprestado o clima de fantasia: ao contrário de Mad Men, a série não parece se propor a ser um retrato fiel da época, mas uma versão colorida pelo olhar da personagem. Midge acompanha o marido, que nas horas vagas é aspirante a comediante stand up a bares onde ele se apresenta. Ao final do piloto descobre que seu casamento acabou, porque ele está indo morar com a sua secretária e ela, bêbada e rancorosa, sobe ao palco para dar um show ovacionado pelos presentes. Daí pra frente, morando de novo com os pais, ela arruma um emprego e passa ela mesma a tentar a carreira de comediante, nesse cenário não só dominado pelos homens, como visto de certa forma como imoral e indecente nesse período. Passa a contar com a ajuda de Susie (Alex Borstein) que se torna sua amiga e agente. A atriz que interpreta Midge, Rachel Brosnahan, vinda de House of Cards, é ótima. Não é à toa que venceu o Globo de Ouro E o Emmy pelo papel. A série ainda venceu o Globo de Ouro de Melhor Seriado de Comédia ou Musical e os Emmys de Melhor Comédia, Melhor Atriz Coadjuvante (para Alex Borstein), Melhor Direção e Melhor roteiro para Seriados de Comédia (ambos para Amy Sherman-Palladino) e Melhor Elenco. Com uma direção de arte no ponto, fofura feel good e um humor ácido e até pesado, fazia tempo que não ria assim com uma comédia.

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Crítica de cinema, doutora em Antropologia Social, pesquisadora de corpo, gênero, sexualidade e cinema.

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