O Outro Pai
O Outro Pai (2019), de Gabriela Tagliavini, é daqueles filmes que apesar de todas as evidentes falhas – como clichés de final feliz e romances forçadíssimos – acaba sendo uma ótima surpresa. Na trama, quatro irmãs que se reencontram no funeral da mãe descobrem que não são filhas biológicas do pai com que conviveram, e devem descobrir suas origens como condição para recebimento da herança. Me diverti e me emocionei com a comédia espanhola (a quanto tempo não tinha um guilt pleasure tipo novela mexicana!), especialmente pela união fraternal, real desejo da mãe realizado. Fiquei satisfeita pelas representatividades importantes (ainda que colocadas de forma um pouco desengonçada), não só da diretora e das protagonistas, mas de mulheres que se relacionam afetuosamente e a inclusão de uma personagem trans fundamental para o desfecho. O filme passa com sucesso no Teste de Bechdel! Também adorei ouvir “Modern Love” do Bowie na trilha – além de descobrir a ótima “A quién le importa“, que parece ter sido um hit nos anos 80 e tinha passado despercebida até aqui pra mim, mesmo regravada pela Thalia. Só não entendi o título nacional incabível, sendo que o original é “A pesar de todo”. Com Blanca Suárez, Amaia Salamanca, Belén Cuesta e Macarena García.