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Cinemateca Brasileira homenageia documentaristas brasileiras com a Mostra 7 Décadas de História
Entre os dias 30 de maio e 8 de junho a Cinemateca Brasileira homenageia 14 diretoras documentaristas brasileiras, com 34 títulos exibidos. A mostra reúne filmes feitos entre a década de 1960 e os dias atuais, realizados por cineastas de diferentes regiões do Brasil. A seleção evidencia a riqueza estética e a potência poética das contribuições das mulheres ao cinema documental, destacando a diversidade de vozes e abordagens que marcaram – e seguem marcando – esse campo do audiovisual. Se, como afirmou a montadora Vânia Debs, a história do cinema brasileiro é, em grande medida, a história dos filmes de ficção, é no documentário que as cineastas brasileiras encontraram, historicamente,…
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[78º Festival de Cannes] Entrevista com Kleber Mendonça Filho
Este texto faz parte da cobertura do 78ª Festival de Cinema de Cannes, que ocorre entre 13 e 24 de maio. Essa cobertura foi possível graças ao nosso financiamento coletivo e patrocínio. Agradecemos em especial a: Ana Carolina Ballan Sebe, Caio Pimenta, Eduardo Filho, Lucas Ferraroni, Maria Eliana Pilon, Renata Boldrini, Thiago Bocanera Monteiro, Tiago Maia e Wellington Almeida; e
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[78º Festival de Cannes] Die, My Love
Este texto faz parte da cobertura do 78ª Festival de Cinema de Cannes, que ocorre entre 13 e 24 de maio. A associação que se faz entre mulheres e figuras selvagens, animalescas, acompanha milênios de expressões artísticas, religiosas e culturais, construindo arquétipos que perpassam tempos, lugares e gerações, e que podem, a depender da representação e contexto, trazer perspectivas tanto positivas como negativas. Um exemplo que, na contemporaneidade, vem se destacando e contribuindo para o empoderamento e autoconhecimento feminino é o livro Mulheres que Correm com Lobos, escrito pela psicanalista americana Clarissa Pinkola Estés, que vai, em brevíssima síntese, estimular, perpassando por contos universais, a liberdade da mulher como ser…
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[78º Festival de Cannes] Sirât
Este texto faz parte da cobertura do 78ª Festival de Cinema de Cannes, que ocorre entre 13 e 24 de maio. Para a religião islâmica, a ponte de Sirât seria um atravessamento, um divisor de limites e águas muito significativo, seja nas percepções de fé de seus seguidores, seja em seu sentido mais simbólico. Do ponto de vista da fé, trata-se de uma ponte suspensa sobre o inferno, que separa crentes e descrentes, sendo que o sucesso da travessia vai direcioná-los ao céu ou ao inferno. Sob o prisma figurativo, a ponte pode representar as dificuldades e desafios enfrentados no decorrer da vida, e que vão colocar suas crenças à…
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[78º Festival de Cannes] Sound of Falling
Este texto faz parte da cobertura do 78ª Festival de Cinema de Cannes, que ocorre entre 13 e 24 de maio. É difícil precisar se trata-se de uma memória confiável, e se aquele era, de fato, o primeiro velório que compareci. Outros podem ter ocorrido antes, mas foi este que ocupou um espaço muito importante em minhas recordações infantis. Mas é certo que me recordo bem de estar, com minha família, velando o corpo de uma tia de minha mãe, já idosa. Não me lembro de seu semblante, mas lembro que, juntamente com uma prima com idade próxima da minha, exploramos os caixões alheios e seus mortos, rindo curiosas, correndo…
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Animale (2024)
No imaginário geral, toureiros são homens com capas vermelhas que enfrentam touros e os ferem em uma batalha de vida ou morte, em que o sangue se espalha e apenas um dos dois animais consegue sair vivo, nem sempre o humano. Mas, em uma pequena cidade no sul da França, Emma Benestan retrata essas pessoas de forma mais pacífica, com roupas brancas, em embates de coragem em que a ideia é ninguém sair machucado. Vencer significa pegar um barbante amarrado nos chifres do touro, valendo algum dinheiro, sem derramar sangue. Os toureiros em Animale são homens, jovens em sua maioria, que praticamente dançam ao redor dos fortes animais, tentando pegar…
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[78º Festival de Cannes] Directors’ Factory Ceará-Brasil
Este texto faz parte da cobertura do 78ª Festival de Cinema de Cannes, que ocorre entre 13 e 24 de maio. A Directors’ Factory é um projeto da Quinzena dos Cineastas do Festival de Cannes que visa oportunizar a entrada de novos talentos no cenário cinematográfico internacional, unindo jovens diretores para o desenvolvimento conjunto de filmes, estimulando a criação de novas ideias. Depois de passar por Taiwan, Chile, Dinamarca, África do Sul, Tunísia, Filipinas, Finlândia, Líbano e Sarajevo, o projeto mirou o Brasil por meio do olhar do cinema cearense. Sob a curadoria de Karim Aïnouz, produziu quatro curtas-metragem, todos filmados e finalizados na cidade de Fortaleza. São eles: Ponto…
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[78º Festival de Cannes] Partir Un Jour
Este texto faz parte da cobertura do 78ª Festival de Cinema de Cannes, que ocorre entre 13 e 24 de maio. A primeira sessão do primeiro Festival de Cannes a gente nunca esquece. Partir Un Jour, primeiro longa-metragem de Amélie Bonnin, ocupou esse espaço e esse status de memorabilidade – unicamente por ter sido selecionado para a abertura do 78ª edição do festival. Inspirado no curta-metragem da diretora que leva o mesmo nome, e carregado de homenagens nostálgicas a canções francesas famosas, inclusive, a música homônima Partir un Jour, do grupo 2 BE 3, o filme acompanha Cécile Béguin (interpretada pela cantora e compositora Juliette Armanet), uma chef de cozinha…
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Adolescência (2025)
Publicado originalmente em 17/04 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir, assine aqui. A essa altura todo mundo que tinha interesse em assistir Adolescência (Adolescence, 2025), minissérie da Netflix que se tornou um fenômeno, já o fez. Criada e escrita por Stephen Graham e Jack Thorne, ela tem só quatro episódios, todos dirigidos por Philip Barantini. Ela dominou a conversa nas últimas semanas, mas lá vou eu dar meus pitacos também. No primeiro episódio vemos um grupo de policiais chegar arrombando a porta da casa de uma família de manhã cedo, logo depois do pai voltar de seu turno de trabalho noturno, enquanto os demais ainda estão dormindo. Armas em punho,…
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Entrevista com Marcelo Gomes, diretor de Criaturas da Mente
Reflorestar o imaginário é preciso. Com Criaturas da Mente, o diretor Marcelo Gomes mergulha no mundo dos sonhos. O documentário, que estreou nos cinemas na quinta-feira (8), parte de uma angústia pandêmica do realizador: em 2020, quando o mundo fechava, o inconsciente dele também fazia uma pausa. Matéria-prima da arte, o sonho não existia mais para Gomes. Foi quando ele procurou o neurocientista Sidarta Ribeiro e fez da investigação sobre a própria mente o ponto de partida para um filme que abraça a ancestralidade do sonho, tanto nos povos originários quanto nas religiões de matriz africana e até mesmo na própria obra do cineasta. No ano passado, a Isabel Wittmann…