-
Cineasta Adelia Sampaio, pioneira do cinema negro brasileiro, é homenageada com mostra retrospectiva no IMS Paulista
Em cartaz de 16 a 30 de setembro, a programação traz filmes dirigidos e produzidos pela cineasta, além de títulos que influenciaram sua filmografia. Adelia estará presente na abertura da mostra para um debate com o público. Primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil, Adelia Sampaio (1944) construiu uma carreira de mais de cinco décadas, abrindo caminhos numa indústria marcada por exclusões. Em homenagem ao seu legado e reiterando a sua importância na história do cinema brasileiro, o Cinema do IMS Paulista apresenta, de 16 a 30 de setembro, a Retrospectiva Adelia Sampaio: se eles apagam, a gente reescreve. Na sessão de abertura (16/9, às 19h), serão exibidos…
-
Mostra “Rastros da Experimentação Negra Contemporânea” estreia no Spcine Play
Com o olhar aguçado para as questões de gênero, raça e sexualidade, o curador, consultor e pesquisador Heitor Augusto apresenta a mostra “Rastros da Experimentação Negra Contemporânea”, a partir do dia 12 de setembro. O projeto reúne 14 obras, entre longas, médias e curtas-metragens, de realizadores negros, que se destacam pela sua experimentação estética e formal. As exibições são gratuitas e podem ser acessadas de todo o Brasil por meio da plataforma de streaming Spcine Play (spcineplay.com.br). “A seleção apresentada traz uma forte diversidade de abordagens estéticas, cada obra escolhida tem uma identidade muito intensa”, explica Heitor Augusto. “Entretanto, sinto que um traço marcante nesse conjunto de filmes, bem como das obras que flertam ou…
-
Faça Ela Voltar (2025)
Publicado originalmente em 20/08 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir com o projeto, assine aqui. Assisti a Faça Ela Voltar (Bring Her Back), dirigido pela dupla australiana Danny Philippou e Michael Philippou, na pré-estreia. (De qualquer forma esse é um comentário mais ou menos sem spoiler) Eu vi o trailer na sessão de A Hora do Mal e ele vende uma trama macabra, talvez demoníaca, repleta de imagens perturbadoras. Trata-se de uma história sobre dois irmãos, Andy (Billy Barratt) e Piper (Sora Wong), cujo pai faleceu. Faltam três meses para o menino completar 18 anos e poder reivindicar a guarda da irmã mais nova, que é deficiente visual. Ela distingue…
-
Alguns comentários sobre A Hora do Mal e o camp vilanizado
Publicado originalmente em 20/08 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir com o projeto, assine aqui. As últimas semanas foram de muito alarde em cima de filmes de horror recentes e me vi como a pessoa do contra, que (infelizmente) não conseguiu comprar totalmente as propostas dos filmes apontados. Sim, eu detesto não gostar de um filme. Cinema, para mim, deveria ser algo prazeroso e não vejo vantagem em manter uma posição de oposição em relação às obras lançadas. Mas nesse caso, embora elas tenham, sim, seus méritos, não consigo deixar de apontar meus incômodos. (As discussões a seguir terão spoilers moderados). Finalmente fui assistir A…
-
O Último Azul (2025)
Desde que venceu o Urso de Prata em Berlim, O Último Azul se tornou um dos lançamentos brasileiros mais aguardados da temporada. Já passaram mais de 5 anos desde que Gabriel Mascaro chamou atenção com outra distopia, mas, se Divino Amor tinha uma relação muito mais inflamada e pueril com o destino político do Brasil, remover a necessidade de um discurso expositivo com um oponente obrigatório foi o que pavimentou caminhos muito mais interessantes para este novo filme. O cineasta amadureceu seu olhar e sua crítica, além de construir uma obra que transborda sensibilidade ao se concentrar muito mais em sua personagem e, partir dela, relacionar o mundo ao seu…
-
5ª Mostra de Cinema Árabe de Cinema Feminino oferece masterclass gratuita e online com a cineasta libanesa Rania Stephan
Chegando à sua quinta edição, a MOSTRA DE CINEMA ÁRABE FEMININO propõe uma reflexão crítica sobre as imagens como arquivos vivos da História, reunindo filmes que dialogam com temas urgentes e afetos compartilhados em tempos de massacres. Após passar pelo Recife, a MOSTRA DE CINEMA ÁRABE FEMININO apresenta agora uma programação inédita e gratuita no Rio de Janeiro, incluindo Niterói e Duque de Caxias (de 22 a 30 de agosto), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB RJ), no Cine Arte UFF, na FEBF/UERJ e em escolas públicas parceiras. Uma das novidades desta edição é a masterclass online “O Caminho para o Arquivo”, ministrada pela diretora libanesa Rania Stephan, que vai acontecer no dia…
-
Viver Até o Fim (The Living End, 1992)
Publicado originalmente em 05/06 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir com o projeto, assine aqui. Na abertura, os créditos avisam que esse é “um filme irresponsável por Gregg Araki”. Então não espere um romance convencional, ou uma história de superação ou uma jornada motivacional. Viver Até o Fim (The Living End, 1992) faz parte do grupo de filmes que levou a crítica de cinema Ruby Rich a definir o que ela veio a chamar de New Queer Cinema, um movimento que fala de vivências LGBTQIA+ usando de uma estética do pastiche e da ironia, ressignificando imagens e histórias. Araki constrói sua narrativa num momento central para a história…
-
A Hora do Mal (Weapons, 2025)
Em 2022, Zach Cregger lançava um filme de terror que já chegou fazendo barulho. Noites Brutais começava com uma trama entre o thriller e a comédia romântica, só para depois mudar radicalmente a perspectiva e o tom. A fórmula de criar rupturas na narrativa, conectando diferentes pontos de vista a um mesmo acontecimento bizarro, é repetida no lançamento mais silencioso do cineasta. A Hora do Mal, que também repete a tradição de uma mudança curiosa na tradução do título minimalista em inglês para um mais explícito em português, chegou aos cinemas neste ano sem muita expectativa do estúdio e foi ganhando o público sem fazer grandes alardes. Se já faz…
-
Entrevista com Noah Hawley, criador de Alien: Earth
No espaço ninguém pode ouvir você gritar. Era 1979 quando Ridley Scott dirigiu Alien- O Oitavo Passageiro (Alien), o clássico de ficção científica que estabeleceu o que veio a ser uma franquia de sucesso. Com sua estética minimalista, o filme tem personagens icônicos, como Ripley (Sigourney Weaver) (que voltaria em outros filmes), Dallas (Tom Skerrit), Lambert (Veronica Cartwright), Kane (John Hurt), Brett (Harry Dean Stanton), Parker (Yaphet Kotto) e Ash (Ian Holm), esse último dando início a um legado de criaturas humanoides artificiais na série. Mas foi também esse filme que trouxe à luz a figura do alienígena que mata em série, unindo elementos do slasher com a violência sexual,…
-
Amores Materialistas (Materialists, 2025)
Celine Song trabalhou alguns anos como dramaturga antes de fazer sua estreia no cinema, no duplo papel de roteirista e diretora com Vidas Passadas (Past Lives, 2023). Baseado parcialmente em suas próprias experiências, ele relata a história de uma escritora coreano-estadunidense que, na sua primeira infância na Coreia do Sul, havia sido prometida em casamento para um amiguinho. Quando seus pais se mudam para os Estados Unidos, eles perdem contato. Mas ele reaparece anos depois, quando ela já está casada com um colega de profissão (na vida real o também roteirista Justin Kuritzkes). Trata-se de um filme lindíssimo sobre decisões maduras e escolhas diárias que fazem todo relacionamento, a complexidade…