• Críticas e indicações,  Seriados

    CRASHING, Phoebe pré Fleabag

    Bem que a Isa disse que valia a pena assistir a Crashing (2016-), disponível na Netflix. A série foi escrita e protagonizada pela Phoebe Waller-Bridge (Fleabag) – vulgo mulher do momento – que em breve terá um programa só pra ela! Em menos de uma semana eu vi e revi os curtos e bombásticos 6 episódios (“Phobe é econômica”) sobre uma turma que vive em um hospital desativado. Lulu, personagem da Phoebe, chega para desmoronar ainda mais o local que já está caindo aos pedaços (como indica o título) e as conexões entre os que ali vivem. Sam, Kate, Anthony, Melody, Colin e Fred são personagens interessantes e com curvas surpreendentes, todos com…

  • Críticas e indicações,  Filmes

    A VIDA INVISÍVEL

    Senti desespero e desolação. Senti o medo do vento e da tempestade quando na floresta uma chama pela outra: – Eurídice!  – Guida! Perdidas desde o início, assim ficam as irmãs ao longo de toda a película, enviando cartas saudosas (ou seriam diários?) nesta adaptação de Karim Aïnouz do romance epistolar de Martha Batalha. Impedidas […] https://stephaniaamaral.wordpress.com/2019/11/21/a-vida-invisivel/...

  • Críticas e indicações,  Discos

    APKÁ!, de Céu

    Tenho ouvido bastante o APKÁ!, quinto álbum de estúdio da cantora e compositora paulista Céu, que eu acompanho desde o disco homônimo lançado em 2005 (com a famosa “Malemolência”). Este trabalho não supera o já clássico Vagarosa (2009) nem Tropix (2016), meu preferido, mas como sempre, traz uma sonoridade envolvente e letras marcantes cantadas pela voz doce e meio rouca, especialmente “Coreto” (clipe abaixo) e “Nada Irreal”. 

  • Críticas e indicações,  Livros

    Digo Te Amo para Todos Que Me Fodem Bem, de Seane Melo

    Uma amiga me emprestou recentemente o livro “Digo Te Amo para Todos Que Me Fodem Bem” (Quintal Edições). Quando comecei a ler no busão já de volta pra casa, animada pelo impacto que causou nela, pensei que eram relatos da autora maranhense Seane Melo, tamanha a verossimilhança da forma como se deu a narrativa. Mas logo vi que havia uma personagem, Vanessa, que na verdade parece ter sido mesmo inspirada por casos de moças reais. Em entrevista para a revista Claudia, Seane afirma que “Sentia falta de ler diálogos mais casuais em que a mulher não estivesse sempre disponível”. A autora – também podcaster no @mulheresqueescrevem – publica outras histórias…

  • Discos

    Mais que os Olhos Podem Ver, de Jade Baraldo

    Tenho ouvido muito o “Mais que os Olhos Podem Ver” (2019), disco de estreia de Jade Baraldo. A xovem que surgiu ano passado com o refrão forte “vadia, louca, depravada…” continua corajosa e indomável desde os primeiros versos em “perigo” (veja o clipe abaixo), depois do convite “vem sentir comigo”: “não tenho medo de ser quem eu sou, nem tenho vergonha nenhuma de expor”. O clima de romance é mais forte no primeiro ato, em faixas como “nós 2”, “yo quiero!” e “jardim”. Ela canta em inglês em “oh my baby… let’s die together”, reforçando a pegada pop embalada por alt-R&B e MPB. As letras ficam mais críticas e agressivas…

  • Críticas e indicações,  Filmes

    JOKER

    Joaquin Phoenix renasce a cada atuação e mais uma vez entrega – não apenas empresta – seu corpo e alma ao personagem. Coringa é a dança de um palhaço triste, que escreve em seu diário epitáfios funestos como “espero que minha morte faça mais sentido do que minha vida”.  As fantasias de Arthur Fleck se […] https://stephaniaamaral.wordpress.com/2019/10/03/joker/...

  • Críticas e indicações,  Discos

    Planeta Fome, de Elza Soares

    Aos 82 anos, Elza Soares, depois dos impecáveis A Mulher do Fim do Mundo (2015) e Deus é Mulher (2018), demonstra extrema vitalidade ao lançar o 34º álbum de sua carreira, Planeta Fome (2019) – a capa maravilhosa é da Laerte! Com parcerias com BaianaSystem e BNegão, com direito a referências ao Tim Maia “me dê motivo, pra ir embora…” e agradecimento irônico ao Garrincha, “obrigada mané!”, ela regravou ainda canções de Seu Jorge e Gonzaguinha, além da recente “Não Recomendado”. Os ritmos e as letras pesados refletem a atual atmosfera política do país, referenciado a todo momento não só na faixa “Brasis”. Segundo a dELZA, “o Brasil só está…

  • Críticas e indicações,  Discos

    Desmanche, de Karina Buhr

    Depois de Eu Menti pra Você (2010), Longe de Onde (2011) e Selvática (2015), a cantora baiana Karina Buhr lança seu quarto álbum, Desmanche (2019), espera que fez valer cada faixa. Talvez o mais pesado, tem tambores que remetem aos primórdios da carreira na Comadre Fulozinha, tem espaço para romance – ainda que desiludido – em “Amora” e mantém o característico sotaque recifense, parte de sua afrontosa resistência. Apesar dos títulos que aparentam ser regravações, as faixas são composições próprias, como “Chão de Estrelas”, “A Casa Caiu” e “Filme de Terror”, bolero irônico em que “vende-se ânimo, valentia, coragem”. Já a vi pasma de admiração em muitos shows, de covers…

  • Críticas e indicações,  Discos

    öOoOoOoOoOo – Samen

    Nunca tinha indicado nenhuma banda de metal por aqui até agora. Há muitas vocalistas mulheres maravilhosas no estilo, na maioria das vezes com canto lírico em bandas góticas, em predominante contraste com guturais masculinos: Tristania, After Forever, Lacrimosa e Epica são minhas preferidas… mas piro quando o gutural é feminino! Já tive um breve cover de Arch Enemy inclusive, época em que quase destruí as cordas vocais imitando (errado) a técnica de Angela Gossow. Também devo citar The Agonist e iwrestledabearonce como belos exemplos de gutural feminino, nos dois casos oscilante com uma voz límpida. Mas desde UneXpect – favorita oficial posto que a mais criativa do gênero avant-garde ou…

  • Críticas e indicações,  Discos

    Julia Jacklin, “Head Alone”

    Convido vocês a conhecer o trabalho indie folk da cantora e compositora australiana Julia Jacklin a partir do videoclipe de “Head Alone”, faixa do mais recente disco dela, Crushing (2019), sucessor de Don’t let the kids win (2016). No plano sequência de pouco menos de 3 minutos (não parece haver cortes), a moça de vestido florido de época abraça um rapaz intensamente, 360 graus de abraço. Logo, ela se afasta com delicadeza, e não sem antes olhar pra trás uma última vez, sai pela rua, diante de um poético céu violeta, dá murrinhos no ar e corre dançando, cabelos ao vento, enquanto canta versos libertadores como “eu não quero ser…