• Críticas e indicações,  Filmes

    Jane Fonda’s workout

    Pois é gente, tudo mundo já sabe que É PRA FICAR EM CASA, né? (na medida do possível, claro…) E sabemos também que muito tempo ralando no PC ou mesmo vendo filmes a coluna até dói… Então desenterrei uns exercícios vintage de ninguém menos que a maravilhosa Jane Fonda! <3 Infelizmente não tem legenda em português, mas são bastante autoexplicativos e não parecem difíceis no início… (bom, não experimentei todos ainda). Esta sequência abaixo é pra iniciantes como eu que apenas não querem ficar muito enferrujados e liberar uma endorfina básica durante a quarentona. Em todo caso, já vale a pena assistir pela nostalgia oitentista (com direito a uma trilha característica atmosférica…

  • Críticas e indicações,  Discos

    Letrux aos Prantos

    É o fim do climão. É o início dilma nova era letruxiana. Letrux aos Prantos é o novo trabalho da musa Letícia Novaes e sua trupe. Se Climão é fogo, sagitariano (pelo menos no ascendente, né possível), Aos Prantos é pura água, banho de mar, pisciano, deixa fluir, deixa brotar. Menos festinha e mais lágrimas, até porque “o país não colabora”. Como um comentário do YouTube bem definiu: “Parece uma massagem. Dói, mas ajuda a relaxar”. Letrux os Prantos secou meu choro com os travas línguas afiados de sempre (CopaBacana/BotaFOGO) e um revival (ou melhor, um Déjà-vu) a la Letuce, sintonizada em uma rádio AM com alguns abalos sísmicos como Fora da Foda,…

  • Críticas e indicações,  Livros

    Sobre Gatos, de Doris Lessing

    Acabo de ler “Sobre Gatos”, da Doris Lessing (1919-2013), escritora britânica que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 2007. Foi um presente acertadíssimo de amiga oculta da colega Camila Vieira! Excelente tradução feita pela Julia Romeu. Fiquei chocada com alguns relatos da autora, especialmente sobre sua infância no interior, quando os bichanos eram tratados como pragas domésticas. Me apaixonei pela “gata cinza” e pela “gata preta” e me revoltei por não saber como elas se chamavam, enquanto os gatos machos esbanjavam nomes compostos de realeza. Entre práticas que eu questiono e discordo, como a não castração, um certo especismo anti-viralatas e comentários que pra mim soam absurdos ofensivos como “é só um…

  • Críticas e indicações,  Discos

    PJ Harvey

    Fiz uma playlist no Spotify com as recomendações musicais da newsletter do Feito por Elas até agora e me deparei com este absurdo: minha cantora preferida não tinha aparecido por aqui ainda! Quem me conhece um pouco sabe que PJ Harvey é minha diva absoluta… Quem ainda não conhece o rico trabalho dela, sugiro começar por Stories from the City, Stories from the Sea, o álbum mais impecável e acessível, seguido pelo visceral To Bring You My Love, no qual ela canta dores profundas. O início da carreira (Dry e Rid of Me) tinha guitarras mais sujas e composições mais cruas, em contraste com os mais introspectivos Is This Desire? e Uh Huh Her (uma espécie de retomada e despedida da porra-louca…

  • Críticas e indicações,  Filmes

    ARLEQUINA

    Depois do fracasso de Esquadrão Suicida, nada mais justo que um filme do Coringa sem Arlequina… e um filme da Arlequina sem Coringa. Mesmo submissa (servidão justificada pela etimologia do nome) eu já a adorava em todas as cenas do infame filme de herói – gênero despreferido – já citado. Agora dona de uma película […] https://stephaniaamaral.wordpress.com/2020/02/05/arlequina/...

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    AÇÚCAR

    Bethania (Maeve Jinkings) surge num barco escrito “sou feliz”, evidente contraste com sua imagem claramente melancólica. Com seus cabelos loiros alisados, recusa ajuda. Abre janelas, desfaz malas, limpa minúcias e não consegue segurar uma exclamação admirada de “linda!” ao se deparar com uma boneca de porcelana branca.  Sua família é dona das terras, fato do […] https://stephaniaamaral.wordpress.com/2020/01/30/acucar/...

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    The Archer, de Alexandra Savior

    Finalmente saiu o novo álbum da Alexandra Savior! <3 Eu já havia a recomendado anteriormente aqui e continuo completamente apaixonada pelas músicas doces e honestas da moça, angelical mas com uma certa desilusão melancólica que lhe dá força, expressa tanto nas letras quanto nas composições próprias. The Archer é um segundo álbum consistente e tão bem acabado quanto o anterior Belladonna of Sadness (2017), apesar da precocidade da cantora, que sabe muito sobre a vida em seus 20 e poucos anos. Com serenidade na voz (nas melodias sombrias nem tanto) ela exorciza promessas quebradas, a dor fantasma <The Phantom> de quem mergulha sozinho mas parou de chorar o tempo todo <Crying all the time> e de confiar na traidora “graça…

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    LITTLE WOMEN

    Comecei a assistir à Adoráveis Mulheres, da Greta Gerwig, com a trilha sonora imaginária “I Just Wasn’t Made For These Times”, dos Beach Boys. Sempre tenho a sensação anacrônica de que nasci na época errada, tempos de amores líquidos, distantes dos sentimentos refinados e dos poetas suicidas. Contrapondo a vida restrita das quatro irmãs Meg, […] https://stephaniaamaral.wordpress.com/2020/01/09/little-women/...

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    A teus pés, Ana Cristina Cesar

    Ao final do ensino médio eu tive meu primeiro contato com a obra da Ana Cristina Cesar (1952-1983), na antologia 26 Poetas Hoje, organizada pela Heloísa Buarque de Hollanda, na qual também constam as poetas marginais da geração mimeógrafo Leila Miccolis, Isabel Câmara, Vera Pedrosa e Zulmira Tavares. Fiquei impactada pelo tom confessional e extremamente íntimo e desprendido dos trechos de diários (semificcionais ou não), especialmente: Acordei com coceira no hímen. No bidê com espelhinho examinei o local. Não surpreendi indícios de moléstia. Meus olhos leigos na certa não percebem que um rouge a mais tem significado a mais. Passei pomada branca até que a pele (rugosa e murcha) ficasse brilhante.…

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    TODXS, de Ana Cañas

    O que houve com Ana Cañas? A moça outrora com carinha (e melodias) doces se transformou em porta-voz de tantas bandeiras. Não vou falar de pink money nem de apropriação cultural aqui. Só sei que TODXS (2018) é o álbum mais consistente da carreira dela desde a estreia em Amor e Caos (2007) – e eu ouvi todos na tarde anterior ao show aqui em BH. Essa pegada soul, meio hip hop às vezes, o cover de ‘Eu Amo Você’ do Tim Maia, as letras fogo no patriarcado, tanta coragem que exala desde a capa, tudo encaixa muito bem com a nova imagem e postura libertária da cantora, topless no Rock in Rio.