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    Garota Exemplar

    Em 2014 muita gente amou o filme Garota Exemplar (Gone Girl), dirigido por David Fincher. Se você é uma dessas pessoas não posso deixar de recomendar o livro de mesmo nome escrito por Gillian Flynn. Ao lê-lo você percebe que a força do roteiro, adaptado pela própria Flynn, provém de do material original.  Ácido, tenso, por vezes constrangedor, a história cutuca nos pontos certos a estrutura do casamento e o mito do amor romântico. A escrita é envolvente e a leitura voa.

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    Opções e Mutações

    Li recentemente Opções e Mutações, de Liv Ullmann, diretora de Sofie (1992), Kristin – Amor E Perdição (1995), Infiel (2000) e Miss Julie (2014). Mais do que autobiografias e diários de viagens, a autora traça nos dois livros um panorama sobre a vida de atriz de teatro e de cinema –  mais famosa pelos filmes do Ingmar Bergman como Persona – Quando as Mulheres Pecam (1966) e Sonata de Outono (1978), desmistificando inclusive a índole de figuras famosas em Hollywood. Além disso, é comovente como ela se desnuda sem máscaras sobre sentimentos ambíguos em relação à envelhecimento, maternidade e solidão

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    A Cor Púrpura

    Intenso e tocante, A Cor Púrpura é a segunda indicação dessa quinzena. Escrito pela escritora e ativista Alice Walker, ele conta a trajetória de Celie, uma menina que começa a história com catorze anos, em busca de sua própria voz. Já casada, ela é auxiliada por Shug Avery, uma mulher livre, cantora e dona de sua própria vida, que se torna sua amiga e amante. Esse é um dos casos em que a adaptação cinematográfica não chega aos pés da obra original. Whoopi Goldberg, em seu primeiro papel, é perfeita retratando a doçura da protagonista, mas a sororidade é enfraquecida, as descobertas sexuais ignoradas, e a violência sofrida pelas mulheres tratada de…

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    Hibisco Roxo

    A essa altura é provável que você que nos lê já tenha entrado em contato com a literatura de Chimamanda Ngozi Adichie, seja através do seu manifesto Sejamos Todos Feministas, seja do best-seller Americanah (cujo rumor sobre a adaptação para o cinema circula há tempos, supostamente com Lupita Nyong’o no papel principal). E embora eu goste muito deles, vou deixar a indicação do menos badalado Hibisco Roxo. Trata-se de um romance de incrível delicadeza, que gira em torno da vida da adolescente Kambili, cuja família de grandes posses tem papel de destaque na sociedade local. Mas ela vive presa a uma rotina de rigor e violências nas mãos de seu pai, rotina essa…

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    Livro: Toureando o Diabo

    [Esse texto não é uma resenha, muito menos uma crítica] Um dia eu conheci a Clara pessoalmente. Queria comprar seu livro mas estava sem dinheiro. Ela disse que tudo bem, que eu podia levar e pagar depois. Fiquei toda agoniada procurando um wi-fi pra poder transferir no mesmo dia. Não queria fazer feio com tanta confiança. Depois de pagar deixei ele deitadinho na estante por mais de mês, porque estava lendo outras coisas. Mas numa madrugada acabei ele em uma sentada. Ela escreveu na folha de rosto “Para Isabel, que deve ser uma das Camilas“. Camila é tão diferente de mim. Mas Camila é tão eu. Camila pode ser um…

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    Melhores Livros Lidos em 2016

    Esse foi um ano de poucas leituras, ou ainda de muitas leituras picadas em artigos ou capítulos, porque precisei focar na escrita da minha dissertação. Ainda assim consegui ler coisas bacanas e algumas se destacaram. Seguem abaixo meus livros preferidos dos anos, com links naqueles sobre os quais já havia escrito com mais detalhes. Ficção Persuasion- Jane Austen Não adianta, eu tenho mesmo uma queda pela obra da autora, que começou com as diversas adaptações para cinema e televisão assistidas desde criança e agora chega na leitura dos originais. Persuasion não é dos seus livros mais aclamados, mas se tornou um dos meus preferidos. Traz o humor sarcástico de Austen…

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    Livro: Corpo e Alma – boxe, corpo, capital e cinema

    (aliteração não intencional no título, mas vou deixar assim mesmo) Esses dias caiu nas minhas mãos o livro Corpo e Alma- Notas etnográficas de um aprendiz de boxe, escrito pelo sociólogo francês Loïc Wacquant. A etnografia, bastante interessante, trata do trabalho de campo do autor, que se mudou em 1988 para trabalhar na universidade de Chicago e foi morar na divisa do que chama de “gueto” da cidade, uma bairro pobre e de população majoritariamente negra. Sua ideia original era pesquisar questões raciais no local, mas, como frequentou entre esse ano e o de 1991 a academia de boxe comandada pelo treinador DeeDee, acabou mudando seu tema para a prática do esporte. E claro…