-
[49ª Mostra de São Paulo] Frankenstein (2025)
Este texto faz parte da cobertura da 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que ocorre entre 16 e 30 de outubro. Todos os homens odeiam os desgraçados; como devo ser odiado, eu que sou a mais infeliz entre as criaturas vivas! Ainda assim, tu, meu criador, detestas e rejeitas a mim, tua criatura, a quem estás preso por amarras que apenas a aniquilação de um de nós pode dissolver. (…) Lembra-te que sou tua criatura; deveria ser teu Adão, porém sou mais como o anjo caído, a quem tu afastaste da alegria sem ter cometido mal nenhum. Por outro lado vejo prazer, do qual apenas eu sou irrevogavelmente…
-
Frankenstein
Frankenstein ou o Moderno Prometeu foi escrito por Mary Shelley (1797-1851) em 1816 quando ela tinha apenas 19 anos e publicado com crédito para a autora em 1831. O romance gótico questiona vingança, remorso, aparência física, justiça. Assim como sua criatura, Victor Frankenstein não é uma personagem plana. Na obra que passa longe do maniqueísmo, os conceitos de bem e mal se misturam. Tanto o criador como o monstro manifestam empatia, e apesar de seus atos hediondos, percebemos suas motivações, daí o fascínio que nos causam. No posfácio da edição de 1985 da LPM, o crítico Harold Bloom comenta a confusão popular de se batizar a criatura com o nome…