• Entrevistas

    Entrevista com Lena Dunham sobre seriado Too Much

    A roteirista e diretora Lena Dunham começou a circular à boca pequena com seu filme de estreia, Mobília Mínima (Tiny Furniture, 2010). Parte da geração mumblecore do cinema independente estadunidense, o filme tomava emprestado de suas próprias experiências. Ele conta a história de uma garota que voltava para a casa da mãe após se graduar e as dificuldades em se encaixar novamente na rotina da casa. Na sequência, estourou com o seriado Girls (2012-2017), em que, além de roteirizar, interpretava a protagonista, Hannah, uma aspirante a escritora que se auto intitulou a voz de uma geração. Por anos o programa acompanhou os passos da personagem e de suas amigas, Marnie…

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    Ontem, Hoje e Amanhã (Ieri, oggi, domani, 1963)

    Publicado originalmente em 05/06 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir com o projeto, assine aqui. Semana passada assisti a Ontem, Hoje e Amanhã (Ieri, oggi, domani, 1963), de Vittorio De Sica. Para quem, como eu, tem contato anterior com o diretor pelos dramas como Ladrões de Bicicleta (Ladri di biciclette, 1948) e Umbert D. (1952), o filme é uma grata surpresa. São três historietas, todas protagonizadas por Sofia Loren e Marcello Mastroianni, retratando diferentes relacionamentos.  Na primeira delas, com roteiro de Eduardo De Filippo e Isabella Quarantotti, eles interpretam Adelina e Carmine, um casal no pós-guerra que adquire móveis, mas não consegue arcar com a dívida. Como eles foram obtidos no nome…

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    Ponto Oculto (Im toten Winkel, 2025)

    Como a câmera conta uma história? Pode parecer uma reflexão bastante óbvia, pensando puramente na funcionalidade técnica do aparelho, de captar e registrar os acontecimentos encenados ou não. No entanto, Ayşe Polat propõe com Ponto Oculto mais uma análise de como o equipamento pode ser usado para manipular a linguagem. A primeira parte do longa, que é dividido em capítulos, serve como uma introdução, visto que os outros dois blocos conversam mais diretamente um com o outro. Neste início, a obra apresenta suas perspectivas e como se diferenciam, sem que ainda compreenda-se bem seus papeis narrativos. Essa relação vai se tornando mais clara conforme a história se desenrola, mas a…

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    Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (2025)

    Que Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado nasceu nos anos 90 pegando carona com o sucesso e as ideias de Pânico, todo mundo já sabe. Talvez só não fosse tão fácil prever que a franquia seguiria a mesma onda a vida inteira. Até que demorou, mas três anos depois de reviverem a franquia de Wes Craven, agora sem o ícone e sua genialidade, a prima com menos talento fez o mesmo. O histórico das duas é totalmente diferente, enquanto Eu Sei… teve uma sequência bem esquisita, com uma recepção à altura, e um terceiro capítulo quase bastardo na família, lançado direto em DVD e sem o elenco…

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    Filhos do Mangue (2024)

    Existe um filme (ainda) mais complexo e mais profundo que não está expresso no resultado final de Filhos do Mangue. O que não é dizer que não seja um filme com suas próprias complexidades e belezas e a direção experiente de Eliane Caffé sempre garante o interesse ao olhar. Mas ele parece algo em processo, o que é afetado pelas expectativas. Escrito pela própria diretora em parceria com seu roteirista parceiro de longa data, Luis Alberto de Abreu, é livremente inspirado no livro Capitão, de Sérgio Prado. Quando a a trama começa, vemos Pedro Chão, personagem interpretado por Felipe Camargo, rodeado por outras pessoas que o questionam sobre um valor…

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    O Brilho do Diamante Secreto (Reflet dans un diamant mort, 2025)

    Ainda em 2016, em nosso primeiro podcast Especial de Dia das Bruxas, conversamos sobre o belo, estranho e às vezes um pouco frustrante A Estranha Cor das Lágrimas de seu Corpo (L’étrange couleur des larmes de ton corps, 2013), uma homenagem ao cinema giallo. Com O Brilho do Diamante Secreto o casal de cineastas franceses radicados na Bélgica Hélène Cattet e Bruno Forzani retornam à essa inspiração setentista, dessa vez somando a ela também os filmes de espião. Qualquer semelhança com James Bond e seus derivados não é mera coincidência. No começo do filme somos apresentados a John D. (Fabio Testi e em sua versão mais jovem interpretado por Yannick…

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    Extermínio (28 Days Later, 2002) e Extermínio 2 (28 Weeks Later, 2007)

    Publicado originalmente em 05/06 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir com o projeto, assine aqui. Antes de ver o novo Extermínio: A Evolução (sobre o qual Raíssa escreveu aqui), revi os dois anteriores com resultados mistos.  Eu nem sei dizer quantas vezes já vi o primeiro Extermínio (28 Days Later, 2002). No letterboxd eu o loguei em 6 de setembro de 2013 e em 27 de agosto de 2014, indicando que já eram revisões e certamente já tinha visto pelo menos umas duas ou três vezes antes. Achei curioso que eu revi nesse espaço de menos de um ano, algo que eu não costumo…

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    Magic Farm (2025)

    Já falei o quanto me fascina ver o vazio millennial representado no cinema. Não porque me sinto em posição de superioridade, mas pelo espelho que essas histórias colocam. É bom esbarrar na própria mediocridade, né? Esse foi um tema que comentei na crítica de On a String, filme de Isabel Hagen que passou no Festival de Tribeca. Agora, com o lançamento recente de Magic Farm, da diretora e roteirista argentina Amalia Ulman, esse tema surge novamente, mas em uma lente mais absurda e colorida. A exposição dos millennials (liderados por uma it girl da geração Z que é vivida pela pessoa que melhor carrega este título, Chloe Sevigny) estadunidenses que…

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    Emmanuelle (2024)

    Trabalhando como roteirista há muitos anos, em 2021 Audrey Diwan lançou nos cinemas seu segundo filme como diretora, o impactante O Acontecimento (L’événement), adaptado do livro homônimo de Annie Ernaux. O filme chamou atenção para seu trabalho de adaptação do texto original, realizado com muita nuance, o controle da narrativa e a atuação e Anamaria Vartolomei no papel principal. Ele, inclusive, recebeu três prêmios e uma menção no Troféu Alice aqui mesmo no Feito por Elas. Agora a cineasta francesa retorna aos cinemas com Emmanuelle, com a proposta de renovar ou, ainda, ressignificar a personagem de mesmo nome, que já passou por diversas encarnações e que surgiu no filme erótico…

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    Mentirosos (We Were Liars, 2025)

    Publicado originalmente em 26/06 na newsletter para assinantes do financiamento coletivo do Feito por Elas. Para contribuir com o projeto, assine aqui. A programação noturna televisiva de minha casa esses dias veio diretamente das opções do streaming por motivos alheios a mim (visitas). Lá no top 10 do Prime Video estava o título Mentirosos (We Were Liars) se destacando e o play foi apertado. Me vi assistindo a uma história de mistério que um rápido google me explicou ser adaptada de um livro bestseller, escrito por E. Lockhart. A trama parece ser, a princípio, uma espécie de Big Little Lies teen, mas nunca alcança a mesma qualidade do (possível) objeto de inspiração. A protagonista é Cady (Emily Alyn Lind, incapaz de ter mais que uma expressão facial), uma…