Filmes
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Jeans no cinema
A calça jeans é uma peça de vestimenta já histórica e presente de diversas formas marcantes ao longo da história do cinema. Para quem se interessa por figurino, fica a dica: Marya E. Gates escreveu um ode ao jeans como peça versátil e sexy. Ela compilou uma lista de filmes com “hot butts in denim” (“bundas gostosas em jeans”, em tradução livre, deu pra pegar a ideia, né? hahaha). O texto está em inglês, mas de qualquer forma vale também pelas indicações cinematográficas. Na foto acima, Marilyn Monroe, lindíssima, com Robert Mitchun nos bastidores de O Rio das Almas Perdidas (River of No Return, 1954), filme de Otto Preminger que, no final das contas, nem gostei tanto,…
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Noirvember 2022
Prepare-se para a temporada de femmes fatales: passado o Spooktober, chegou a vez do #Noirvember. A criadora do desafio, a crítica de cinema Marya E. Gates, elaborou em seu Letterboxd duas listas que podem ajudar quem busca filmes para assistir. A primeira é de filmes noir escritos por mulheres, que inclui clássicos como Laura (1944), Alma em Suplício (Mildred Pierce, 1945), À Beira do Abismo (The Big Sleep, 1946), No Silêncio da Noite (In a Lonely Place, 1950) e muitos outros cuja autoria do roteiro às vezes pode até passar batida. A segunda é filmes noir e neonoir dirigidos por mulheres. Como no ápice do film noir haviam pouquíssimas diretoras trabalhando, a maioria dos filmes são do segundo grupo. É claro que aparece Ida Lupino, considerada a primeira cineasta a trabalhar no gênero [e sobre…
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#52FilmsByWomen Ano 6: a Conclusão
Mais um ano se passou e completei o sexto do do desafio #52FilmsByWomen ou, 52 Filmes por Mulheres. Foi em 1º de outubro de 2015 que eu aderi a ele, exatamente na data de seu lançamento e antes do nascimento do Feito por Elas, que foi muito inspirado por ele. Criado pelo Women in Film, consiste em assistir a um filme dirigido por semana durante um ano, totalizando 52 no final. O próprio Feito por Elas Acaba facilitando o cumprimento da meta. No primeiro ano foram 72 longas assistidos, no segundo foram 91, no terceiro foram 147, no quarto foram 130, no quinto 93. Esse ano, com meu doutorado sanduíche…
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Love is a Crime
Eu tenho ouvido o podcast Love is a Crime, da Karina Longworth para a revista Vanity Fair, sobre a atriz Joan Bennett (interpretada no áudio por Zooey Deschanel), cujo marido, o produtor Walter Wanger (com voz de Jon Hamm) atirou em outro homem porque acreditava que ela tinha um caso com ele. Joan Bennett foi uma das atrizes que ajudaram a definir o imaginário da femme fatale no surgimento do film noir, principalmente por suas parcerias com Fritz Lang. No momento eu estou meio obcecada pela filmografia dela e coloquei algumas coisas na fila. Para quem, como eu, não viu quase nada da carreira dela, recomendo fortemente o filme Almas Perversas (Scarlet Street, 1945), que eu postei no meu instagram e que…
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Nostalgia e locações
Algumas coisas do cinema e TV sempre me fascinaram, desde criança. Efeitos especiais, por exemplo: eu lembro que eu sempre gostei de assistir a making ofs (lembro quando motraram como funcionava a tela verde de Glub Glub na TV Cultura!) e, depois, com a TV à cabo, àqueles programetes estilo “A Magia do Cinema“. Meus pais diziam para não fazer isso, porque, segundo eles, estragaria o encanto. Mas a verdade é que era o contrário: crianças sabem que aquilo tudo não é de verdade, não é muito mais incrível ver como foi possível realizar algo impressionante? Outra coisa fascinante eram as locações. Achava incrível a possibilidade de assistir a alguma coisa e depois ver o lugar onde…
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Jane Eyre e suas adaptações
Esse mês o livro escolhido para leitura e conversa no Grupo de Leitura do Feito por Elas foi Jane Eyre, de Charlotte Brontë. Ele é um dos meus preferidos da vida e eu poderia ter participado dos debates informalmente, mas optei por relê-lo. E uma vez tendo feito isso, resolvi, talvez obcecadamente, ver algumas de suas adaptações audiovisuais. Nesse texto contarei um pouco de minhas impressões. Começando pelo livro: que leitura maravilhosa! Jane Eyre, a protagonista que dá nome à trama, é uma garota órfã de 10 anos que é enviada pela esposa de seu falecido tio para um internato de caridade para meninas sem posses. Cresce em meio aos…
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8 filmes de Cecilia Mangini (1927–2021)
A revista feminista online Another Gaze acaba de lançar seu mais recente projeto: uma plataforma gratuita de streaming, criada para exibição de filmes que a equipe da revista considera com conteúdo feministas, de diferentes territórios e modos de produção, apresentando programadoras e colaboradoras convidadas. Cada programa estará disponível por uma semana na plataforma e será contextualizado com novos textos e traduções. Como apoio para manter a plataforma gratuita, a revista busca apoiadores pelo Patreon. Nesta semana, o programa chama-se A One-Woman Confessional: Eight Films by Cecilia Mangini (1927–2021), com uma pequena retrospetiva da obra da realizadora italiana Cecilia Mangini (foto), que faleceu em 21 de janeiro de 2021. Todos os filmes estão disponíveis…
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Copo americano
Farei uma recomendação dupla, pois associei duas produções de mulheres com copos americanos nas capas. A primeira, copo vazio, é o novo livro da Letrux, Tudo que já nadei, dividido em Ressaca (“famoso textão”), Quebra-mar (poemas) e Marolinhas (aforismos anônimos). Comecei a ler as três partes em ordem inversa, começando pelo ato 3, e percebi que a Letrux é mesmo melhor na prosa. As múltiplas escolhas de formatos que ela explorou em Zaralha, projeto anterior, aqui se concentram no textual e eliminam fotos e desenhos, mas ela mantém o estilo memorial. Nesse corpo sem órgãos submerso há espaço ainda para diálogos de zap – ficcionais ou não – e ainda breves…
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Yentl
Barbra Streisand é uma das 21 pessoas chamadas de EGOT. Isso significa que já foi premiada com Emmy (prêmio de televisão), Grammy (música), Oscar (cinema) e Tony (teatro). Começou a sua carreira na Broadway como cantora e seu primeiro papel no cinema já foi um sucesso absoluto: Funny Girl: A Garota Genial( Funny Girl, 1968), dirigido por William Wyler, que mostra uma comediante no começo do século XX, chamada Fanny, papel que ela já havia interpretado na Broadway. Destaco, ainda, seu papel em Essa Pequena é Uma Parada (What’s Up Doc, 1972), de Peter Bogdanovich, uma comédia maluca com Ryan O’Neil, que envolve malas trocadas e muitas confusões estilo sessão…
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A Vida é uma Dança e a obra de Dorothy Arzner
Dorothy Arzner é uma das pioneiras do cinema. Nasceu em 1897 e começou a trabalhar como diretora no final da década de 1920, ainda no cinema mudo. Fez a transição para o cinema sonoro e trabalhou até 1943, sendo a única mulher que se saiba estar dirigindo filmes em Hollywood ao longo da década de 1930. Foi também a primeira mulher a integrar o Sindicato dos Diretores nos Estados Unidos. Curiosamente, eu estava vendo, esses dias, o documentário Alice Guy-Blaché: A História Não Contada da Primeira Cineasta do Mundo (Be Natural: The Untold Story of Alice Guy-Blaché, 2018), dirigido por Pamela B. Green e nele aparece uma carta de Guy…