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    Aos Treze (2003)

    Aos Treze (Thirteen, 2003) é o primeiro filme da diretora Catherine Hardwicke. A protagonista é a Tracy, também o primeiro papel de protagonista com destaque da Evan Rachel Wood. Ela é uma menina de 13 anos que começa a deixar suas amigas de lado para andar com uma outra menina popular da escola, a Evie (que é interpretada pela Nikki Reed, que escreveu o roteiro junto com a diretora). À partir daí começam uma série de mudanças de comportamento, do modo de vestir até a relação com a mãe, vivida pela Holly Hunter (que foi indicada ao Oscar pelo papel) passando por sexo e drogas. Eu vi o filme na…

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    #52FilmsByWomen Ano 5: a Conclusão

    Esse ano está tão atípico que quase não percebi que hoje é dia 30 de setembro e, assim completei o quinto ano do desafio #52FilmsByWomen. A primeira vez que aderi ao desafio foi em 1º de outubro de 2015 e renovei meu compromisso a cada 1º de outubro seguinte. O desafio consiste em assistir a um filme dirigido por uma mulher por semana durante um ano, totalizando 52. Na época eu queria me dedicar ativamente a conhecer mais trabalhos de mulheres na direção. Hoje não preciso me esforçar para consegui atingir a meta, porque com a criação do Feito por Elas em 2016, isso foi completamente incorporado na minha vida profissional.…

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    In my room (2020), de Mati Diop

    Assisti a esse curta certeiro da Mati Diop na condição atual de isolamento, praticando a tradução literal do título In my Room (“em meu quarto”), com vozes mentais rodando em minha cabeça. Lembranças confortam a diretora e atriz nesse estudo poético sobre a ausência da avó e a nostalgia dos nossos. Stalker das janelas alheias de milhares de apartamentos, gaveteiros ocupados nesses tempos estranhos, nada lhe apetece na geladeira. Performances glamourosas da ópera “La Traviata” de saltos altos vermelhos e roupas da MiuMiu, luzes neon no chão: a breve festa exibicionista a ajuda um pouco a driblar o tédio, que retorna em seguida e pede uma garrafa no frigobar. Foi uma época…

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    Elas vão à luta: quatro filmes sobre mulheres e suas batalhas

    Quando pensamos sobre as diversas lutas enfrentadas pelas mulheres, tanto no âmbito pessoal e cotidiano quanto no âmbito coletivo e político, vemos o quanto há, em todas nós, verdadeiras guerreiras da vida real. E nessa realidade tão complexa de pandemia, isso fica ainda mais evidente. Há batalhas dentro e fora de casa – e aqui o termo “casa” pode servir tanto para nossa residência propriamente dita como também para nosso mundo interior.  Entre perdas e vitórias, altos e baixos, protagonistas femininas do cinema em jornadas de descoberta de si mesmas e enfrentamento de adversidades, quando bem construídas, refletem aspectos de nossas vivências, cuja identificação nos provoca aquele conforto do reconhecimento.…

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    De nuevo otra vez (2019), de Romina Paula

    Na estreia da atriz Romina Paula atrás das câmeras em De nuevo otra vez (2019), a diretora filma seu convívio com a mãe e o filho de 3 anos, em um retorno às raízes para se descobrir também como filha. Neste misto de documentário e ficção, espanhol e alemão, há montagens divertidas e instigantes, quebra da quarta parede e brincadeiras com fotografias antigas. Em pouco tempo, ela confessa sentimentos que fogem do senso comum, como o distanciamento ao olhar alguém de perto, lança questões profundas como “a melancolia é um privilégio da juventude?” e traça linhas tênues entre medo e desejo. O filme foi comentado no nosso podcast sobre a…

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    Take this Waltz

    Margot sente medo de estar entre duas coisas. Com constante senso de perigo, sente medo de sentir medo. As unhas azuis dos pés dela denotam uma fragilidade, uma delicadeza infantil, uma Madame Bovary oculta, uma palhaça triste. Como adulta ela escolhe não sucumbir à melancolia, ainda que pareça perdida e se sinta culpada por ter […]

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    Crip Camp: Revolução pela Inclusão

    O documentário Crip Camp: Revolução pela Inclusão (Crip Camp, 2020), dirigido por Nicole Newnham e James Lebrecht, estreou no catálogo da Netflix. A sinopse não dá conta de seu conteúdo: faz parecer que aborda um acampamento de verão nos Estados Unidos para adolescentes com deficiência nos anos 60 e 70. Esse tema por si só já seria interessante, uma vez que, como o próprio doc deixa claro, pessoas com deficiência não tinham direitos garantidos naquela época e a maioria dos jovens tinha pouca convivência fora de casa, porque as escolas públicas raramente os aceitavam. Muitos permaneciam em casa ou institucionalizados. Mas além de abordar o ineditismo do local, em termos pedagógicos e…

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    Filmes hollywoodianos com roteiros feitos por mulheres para ver no Telecine

    Em 12 anos, nenhuma mulher ganhou prêmio de melhor roteiro na premiação do Oscar. Em 2007, Diablo Cody foi a última a receber a estatueta de melhor roteiro original por Juno, enquanto Diana Ossana ganhou melhor roteiro adaptado por O Segredo de Brokeback Mountain, em 2005. A disparidade de reconhecimento na principal premiação da indústria do cinema reflete também o baixo índice de participação de mulheres roteiristas dentro do mercado cinematográfico de Hollywood. Segundo dados do site Women and Hollywood, mulheres roteiristas integraram a equipe de apenas 20 dos 100 filmes de maior bilheteria lançados em 2019. Para celebrar as profissionais que desempenham tal função, o Feito por Elas garimpou…

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    Frida (2002)

    É difícil analisar o filme Frida (2002), dirigido por Julie Taymor, sem falar sobre seu processo de produção, uma vez que ele está completamente ligado ao resultado final do filme. O filme retrata a história da pintora mexicana Frida Kahlo de quando ela era uma estudante e sofreu um acidente de ônibus que marcou a sua vida, até a sua morte. A figura histórica é interpretada por Salma Hayek, de quem esse era um projeto pessoal, que tentava tirar do papel há muito tempo. Salma Hayek relatou em um texto chamado “Harvey Weinstein is my monster too” (Harvey Weinstein é meu monstro também, em tradução livre), publicado no New York…

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    MS Slavic 7 (2019)

    Mais uma parceria entre Sofia Bohdanowicz e Deragh Campbell (atriz e co-diretora), o semi ficcional MS Slavic 7 (2019) acompanha a descoberta de correspondências muito poéticas (e reais!) enviadas pela bisavó da cineasta, Zofia Bohdanowiczowa, ao poeta polaco Józef Wittlin entre 1957-1964. Bela e contemplativa percepção de tensões familiares e luta discreta por espaço e direito, além de um estudo inspirado sobre o significado do gênero carta e sua viagem de passarinho para suprir um desejo intenso por comunicação – e conexão, o qual a protagonista vivencia em sua busca solitária.